Por thiago.antunes

Rio - A morte de Rayssa Christine Machado de Carvalho Sarpi, 18 anos, após sessão de torturas de traficantes filmada e divulgada em redes sociais, expôs o lado obscuro do mundo virtual. Capturada e levada para a Favela Faz Quem Quer, em Rocha Miranda, ela morreu na noite do dia 26, vítima de parada cardíaca e respiratória.

Jovem morreu após torturaReprodução

Pelo menos outros dois vídeos de torturas de pessoas praticadas no Rio circulam livremente pelo Facebook. No caso da morte de Rayssa, o titular da 40ª DP (Honório Gurgel), Marcus Neves, informou que identificou quatro traficantes e encerra o inquérito na semana que vem.

Em outra gravação uma jovem, já ferida no rosto, é queimada com pontas de cigarro pelo torturador. O vídeo da crueldade foi postado na segunda e nesta terça já tinha alcançado os 36 mil compartilhamentos. Segundo a assessoria da Polícia Civil, os registros estão a cargo de delegacias distritais, que não possuem recursos tecnológicos para rastrear as postagens.

“O jovem, sem qualquer freio moral ou pudor, criado em meio à cultura do narcotráfico, antes pendurava um fuzil no pescoço para subir na hierarquia do crime. Atualmente, pratica a violência e a divulga como ostentação, pois as redes sociais permitem isso: quanto mais violento ele se mostrar, mais ganha o suposto prestígio”, analisou o sociólogo e ex-oficial do Bope Paulo Storani. Procurados, os administradores da rede Facebook não se manifestaram sobre as postagens de torturas.

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