Rio - Uma luva específica para policiais e esportistas que praticam descida vertical em corda acabou de ser lançada no 121º Congrès national des sapeurs-pompiers, na França. O produto foi batizado com o nome do inspetor da Policial Civil carioca e instrutor da técnica, comissário Felipe Leal, de 54 anos.
Conhecido como homem-bala, Leal, que entrou para o livro dos recordes Guinness Book duas vezes, e que integra também a equipe Industrial Rescue - companhia que ministra cursos para policiais, militares e civis nos Estados Unidos -, foi convidado a emprestar seu nome ao acessório pela empresa Anthron, da Eslovênia, que produz itens para atividades de resgate e intervenções policiais no mundo inteiro.
Ano passado, o agente, que está há 29 anos na polícia, estrelou o programa Historey Channel Super Humano recentemente e atualmente é lotado na Delegacia Antissequestro (DAS), já havia batizado o primeiro cinto para descida vertical e outros produtos para modalidades esportivas em corda com material brasileiro no exterior. Os materiais são desenvolvidos por engenheiros e designers da empresa Altiseg e atendem também profissionais que atuam na área industrial e bombeiros.
“Estou muito orgulhoso de ter meu nome reconhecido internacionalmente e poder honrar principalmente o nome da Polícia Civil, instituição que eu tenho paixão, no exterior. Meu sucesso é fruto da minha dedicação à prática de táticas de segurança voltadas para os colegas da minha profissão”, diz Felipe Leal, que viajou para a França, onde participou do lançamento da luva na semana passada, com recursos próprios.
O homem-bala, em uma das suas últimas conquistas despencou de 100 metros de altura do prédio RB1, na Avenida Rio Branco, Centro do Rio, de 33 andares, e tocou o solo em apenas 9 segundos e 57 centésimos. A façanha foi publicada oficialmente no Guinness 2013. Em três provas que lhe renderam os títulos, ele quebrou suas próprias marcas. Na primeira, em setembro de 2010, ele cravou o tempo de 17 segundos e 87 centésimos, o suficiente para derrubar o antigo recordista, o sueco Tony Berlung, que havia descido a mesma altura com tempo de 34 segundos e 77 centésimos.
Instruções à SWAT
Fascinado com o desempenho do super-homem da polícia carioca, o xerife do Texas (EUA), Jeff Chadney, o convidou para ensinar a técnica a agentes da SWAT — unidade de elite da polícia americana. Nos Estados Unidos, além de ter sido destaque no noticiário, Leal aproveitou para instituir mais uma boa marca: utilizando a mesma técnica, pulou de um edifício de 47 metros em 4 segundos e 1 décimo, entrando para o RankBrasil, edição de recordes brasileiros.
Para se aprimorar, o policial conta que pratica pelo menos quatro mil saltos por ano, uma média de 11 por dia. Na Academia de Polícia Sylvio Terra (Acadepol) também passa seus conhecimentos a policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Serviço Aeropolicial da Polícia Civil do Rio (Saer). Em grandes eventos, como Olimpíadas, a técnica é fundamental. Pode-se recorrer a ela, por exemplo, para solucionar casos de sequestros que ocorram em apartamentos ou outros locais muito altos.
Técnica pode ser usada em resgate de vítimas
Felipe treina em prédio no Alto da Boa Vista. O rap jumping pode ajudar policiais armados a entrar por janelas, instalar sensores e microcâmeras, explodir artefatos para imobilizar bandidos e até retirar vítimas de cativeiro.