Por tiago.frederico
Elizângela foi encontrada agonizando na Estrada do ItitiocaReprodução

Rio - Policiais militares do 22º BPM (Maré) prenderam, na manhã desta segunda-feira, Wagner da Silva de 27 anos, um dos foragidos da justiça por estar envolvido no aborto qualificado da dona de casa Elisângela Barbosa, em Niterói, Região Metropolitana, no último dia 21 de setembro.

De acordo com a Polícia Militar, ele foi abordado quando deixava a comunidade Nova Holanda, em Bonsucesso, em uma moto e sem capacete. O homem foi conduzido a 21ª DP (Bonsucesso).

Wagner é filho adotivo de Ligia Maria Silva, apontada como a líder da quadrilha acusada de fazer o aborto que matou Elizângela Barbosa, de 32 anos. Ligia e Rildo José Medeiros dos Anjos, enfermeiro e agenciador da quadrilha, foram presos em 29 de setembro. Seguem foragida da a filha biológica de Ligia, identificada como Sheila Cristina Silva Teixeira, 37 anos.

Wagner forjou a interceptação de um bando armado e o socorro à Elizângela na noite de domingo na Estrada de Ititioca, em Niterói, segundo a Divisão de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI).

Assustado com a gravidade da situação, Wagner disse que criou a farsa de que um bando o havia interceptado na Estrada de Ititioca e o obrigado a levá-la para o hospital. Ela chegou morta ao Hospital Estadual Azevedo Lima.

De acordo com o delegado da especializada, Adilson Palácio, Ligia — que se apresentou na delegacia com o seu advogado — confessou que injetou um medicamento em Elizângela para o procedimento de aborto.

Segundo depoimento, Elizângela chegou à casa no sábado, quando à noite Ligia injetou um medicamento na gestante e esperou fazer efeito dormindo na mesma cama com a vítima. O feto foi expelido no domingo pela manhã e jogado no lixo. Durante a tarde, ela começou a ter muito sangramento e os criminosos se deseperaram. No laudo do IML, foram detectadas perfurações no útero e no intestino da vítima, mas Ligia negou outros procedimentos além da injeção.

O auxiliar de enfermagem Rildo José Medeiros dos Anjos e Maria Silva%2C apontada como líder da quadrilha%2C foram presosSeverino Silva / Agência O Dia

Rildo, que é auxiliar de enfermagem, era o responsável também por agenciar as grávidas interessadas em realizar aborto. Ele foi preso em Maricá, Região Metropolitana. Ele confessou que há seis meses já havia indicado a esposa de um vizinho para fazer aborto no local. Além dos dois presos, participaram do aborto de Elizângela os filhos de Ligia, que disse ter começado a praticar o ato ilegal há 20 anos, quando realizou o seu próprio aborto.

Ligia e Rildo foram indiciados por homicídio doloso e formação de quadrilha. O delegado está negociando com os advogados a rendição de Wagner e Sheila, mas equipes também realizam buscas para localizá-los.

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