Rio - A Corregedoria Interna da Polícia Civil do Rio de Janeiro (Coinpol) realiza na manhã desta terça-feira a operação Herodes, que tem como objetivo desarticular uma quadrilha especializada em abortos que agia no Rio. Os agentes tentam cumprir 75 mandados de prisão e 118 de busca e apreensão em vários pontos do Rio, Baixada Fluminense e nos estados de São Paulo e Espírito Santo. Oito policiais civis, dez médicos, um falso médico, quatro policiais militares, um bombeiro militar, três advogados e um militar do Exército Brasileiro estão entre os que tiveram prisão decretada pela 4ª Vara Criminal da Comarca da Capital.
GALERIA: Operação Herodes desmantela quadrilha especializada em abortos
Até o momento, 47 pessoas foram presas por envolvimento no esquema. Desse total, cinco já estavam presas. Entre os presos, há três médicos, quatro policiais civis, dois PMs e um bombeiro. Há também apreensão de material, como medicamentos e documentos.
Na Avenida Atlântica, 3.700, na orla de Copacabana, Zona Sul do Rio, policiais da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) prenderam o perito legista aposentado. O nome dele ainda não foi divulgado. No apartamento do acusado foram apreendidos documentos, computadores e alguns objetos de interesse específico da investigação, segundos agentes.
Quadrilha cobrava R$ 7.500 por procedimento cirúrgico
Na Rua Antônio Basílio, 493, na Tijuca, na Zona Norte, agentes da Coinpol prenderam um major que seria lotado em um batalhão da PM na Zona Sul. Os presos estão sendo levados para a Cidade da Polícia.
A operação conta com a participação de 70 delegados e 430 agentes da Polícia Civil e apoio da Corregedoria Geral Unificada (CGU), da Corregedoria Interna da Polícia Militar e do Exército Brasileiro. Durante a investigação, que durou 15 meses, a Coinpol descobriu que a quadrilha era dividida em sete núcleos e que cobrava até R$ 7.500,00 por procedimento.
Ao longo das últimas décadas, eles realizavam manobras abortivas em mulheres nas mais variadas fases de gestação, incluindo as avançadas, pelas quais eram cobradas quantias mais elevadas. Além disso, eles atendiam gestantes de outros estados. O atendimento acontecia sempre em locais sem quaisquer condições de higiene e salubridade, expondo a risco a integridade física e a saúde das pacientes.
Traficantes atiram contra policiais na Zona Oeste
Durante a operação, os policiais civis que estão na Vila Vintém, em Realengo, na Zona Oeste, encontraram resistência dos traficantes. Houve troca de tiros e moradores da região ficaram assustados. No entanto, não há registro de feridos.