Por thiago.antunes

Rio - Uma semana após o ex-comandante do 17º BPM (Ilha do Governador), coronel Dayzer Corpas, ser preso acusado de participar de esquema de extorsão a traficantes, a Polícia Militar ocupou cinco comunidades da região por tempo indeterminado. A medida tomada para resolver o problema de falta de produtividade da unidade — que, supostamente,pouco combatia o crime na Ilha —, culminou com uma megaoperação nesta quarta. No total, foram 15 presos e mais de 600 quilos de drogas apreendidos.

O novo comandante do 17º BPM destacou a importância da ação após os escândalos envolvendo o batalhão. “Essas ações são importantes para consolidar a moral da tropa, que é formada por grandes profissionais”, disse o tenente-coronel Wagner Guerci Nunes. Batizada de Dignidade, a ação desta quarta prendeu ainda dois acusados de integrar o alto escalão do tráfico local: Leonardo de Paula Barbosa Marins, o Léo da Praia da Rosa, e um homem identificado como Billy, do Dendê e Pichuna.

PMs apreenderam armas%2C drogas%2C celulares%2C e outros materiais durante operação na manhã desta quarta-feira em quatro comunidades da Ilha do GovernadorDivulgação

Além do Morro do Dendê, segundo a polícia, reduto de Fernando Gomes de Freitas, o Fernandinho Guarabu, há mais de 10 anos, foram ocupadas as comunidades Boogie Oogie, Parque Royal, Praia da Rosa e Pichuna. Semana passada, O DIA mostrou que os índices de produtividade do batalhão durante a gestão de Corpas eram baixos: de janeiro a agosto, foram apreendidas 54 armas, sendo que em fevereiro foram apenas duas.

O foco da ação permanente é o combate ao tráfico, prisão de suspeitos e apreensão de drogas e armas. Para isso, foram escalados 250 policiais das unidades de elite que formam o Comando de Operações Especiais (COE), como o Bope e o Batalhão de Choque, além dos Grupamentos de Ações Táticas (GAT) do 1º Comando de Policiamento de Área (CPA). Serão usados em apoio blindados dos batalhões, além de viaturas para blitzes e revista de suspeitos.

PMs realizaram nesta quarta-feira uma operação para coibir o tráfico de drogas na Ilha do Governador. Vários suspeitos foram presos e drogas e armas apreendidasFoto%3A Fabio Gonçalves / Agência O Dia

Policial federal é autuado

Um policial federal foi autuado na operação por porte ilegal de arma. Ele alegou na 37ª DP (Ilha) que havia deixado seu revólver calibre 38 com um homem, que faria a limpeza. No entanto, ao ter a casa invadida por criminoso que fugia da repressão da PM, o tal homem usou a arma descarregada para assustar o bandido e acabou preso. O agente foi à DP, mas não apresentou o registro da arma. A PM ainda apreendeu um fuzil AK 47, espingarda, dez pistolas, granadas, quase 2.800 munições, 3 mil pinos de cocaína, uma réplica de fuzil, R$30 mil, 15 aparelhos celulares, coletes balísticos, lunetas, entre outros.

Trânsito caótico na saída da Ilha

Os bloqueios realizados pelos policiais militares em algumas vias da Ilha do Governador causaram um grande congestionamento no bairro nesta quartam. PMs colocaram barreiras nos acessos à Avenida Brasil e à Linha Vermelha pelo Viaduto Brigadeiro Trompowski, a única saída terrestre do bairro. De acordo com a CCR Barcas, foi registrado um aumento de 152% na demanda de passageiros no trajeto Cocotá-Praça 15 em relação à média do mesmo período das quartas-feiras de outubro do ano passado.

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