Rio - Irmão e adversário político do ex-governador do Rio, Anthony Garotinho (PR), o ex-vereador de Campos dos Goytacazes, Nelson Nahim (PSD), foi preso nesta sexta-feira, acusado de envolvimento no caso 'Meninas de Guarus' - de exploração sexual infantil, descoberta em 2009, pela Polícia Civil. Além de Nahim, os agentes da 134ª DP (Campos) cumpriram mais cinco mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça, contra Sérgio Crespo Gimenes Júnior; Fabrício Trindade Calil; Thiago Machado Calil; Leílson Rocha da Silva; e o policial reformado da Polícia Militar Ronaldo de Souza Santos.
O DIA tentou falar com a defesa de Nelson Nahim, mas não obteve retorno. Já a assessoria de Garotinho informou que ele estava descansando e que não comentaria o assunto.
Ao todo, 20 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público por envolvimento no crime. Nahim também foi candidato a deputado federal nas eleições de 2014, e não se elegeu. De acordo com a polícia, o caso 'Meninas de Guarus' envolve empresários, políticos e pessoas influentes do município.
Segundo policiais, os agentes encontraram ainda uma quantidade de cocaína na casa de Leílson. Ele havia sido preso em flagrante em 2009, quando foi acusado de ser quem comandava o aliciamento de menores. No entanto, em 2012, ele foi inocentado do crime em decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). De acordo com a polícia, todos os acusados presos nesta sexta-feira serão encaminhados para a Cadeia Pública de Campos.
Relembre o caso
Em 2009, a Polícia Civil abriu inquérito para investigar a morte de duas meninas envolvidas em uma rede de pedofilia e prostituição no bairro de Guarus, no município. O caso, denonimado 'Meninas de Guarus' teve maior repercussão após a prisão de um dos envolvidos.
No entanto, a falta de resolução do caso levou à abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, na Câmara dos Deputados em Brasília. Houve ainda duas audiências na Câmara Municipal de Campos, presididas pelo deputado estadual e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Marcelo Freixo.
O Ministério Público deu reencaminhamento ao caso, depois de um pedido feito em 2013 por Freixo ao procurador-geral do Estado, Marfan Vieira. Recentemente, o MP ofereceu denúncia e o processo está na 3ª Vara Crimina de São João da Barra, depois que 17 juízes de Campos terem sido impedidos de atuar no caso.