Por felipe.martins

Rio - A delegada Tatiene Damaris, lotada na 36º DP (Santa Cruz), foi encontrada morta em casa, em Realengo, na tarde desta quinta-feira. Policiais da Divisão de Homicídios (DH) estão no local para a investigação do caso. Às 18h13, o corpo foi levado para o IML (Instituto Médico Legal) após o fim do trabalho da perícia.

De acordo com as primeiras informações do trabalho da Polícia Civil realizado na casa da vítima, a delegada teria sido encontrada morta na cozinha pelo marido com sinais de hematomas pelo corpo. Policiais do Batalhão de Bangu (14ª BPM) foram acionados e chegaram ao local por volta de meio-dia. Não havia sinais de perfuração, nem de tiros, nem de facadas no corpo. O marido da vítima foi levado pela Divisão de Homicídios para prestar esclarecimentos. 

Quando a Polícia Militar chegou ao local do crime, traficantes da Vila Vintém soltaram fogos de artifícios. Agentes da Core foram chamados para dar apoio à PM. Eles chegaram em um blindado para reforçar a segurança na região. Policiais de várias especializadas estiveram no local. Um morador descartou a ação de milicianos na localidade onde a delegada morava . "Em nosso bairro não tem milicianos e sim ação de traficantes. Nunca ouvi discussão entre eles. Era um casal tranquilo e ela muito discreta", disse um vizinho que pediu para não ser identificado.

De acordo com informações da DH, foi instaurado inquérito para apurar as circunstâncias da morte da delegada Tatiene Damaris Sobrinho Damasceno Furtado. Equipes da delegacia estão em busca de testemunhas e câmeras de segurança que possam ajudar nas investigações. Por enquanto, nenhuma hipótese para o crime é descartada.

Tatiene Damaris Sobrinho Damasceno Furtado entrou na Polícia Civil, em 2005, como papiloscopista. Em 2008, ela foi aprovada no cargo de delegado de polícia. Tatiene trabalhou na 34ª DP (Bangu) e 35ª DP (Campo Grande) e desde agosto desse ano atuava como delegada assistente da 36ª DP (Santa Cruz).

A delegada deixa o marido e dois filhos, um adolescente de 17 anos que não morava com ela e uma menina de três anos que estava na creche no momento do crime.


Delegada investigou rompimento de adutora da Cedae

Delegada Tatiene Damaris detectou falhas na obra da Guaracamp que causou rompimento de adutora da Cedae em Campo Grande, em julho de 2013Carlos Moraes / Agência O Dia

Delegada desde 2008, Damaris passou a maior parte de sua carreira em Campo Grande. À frente da 35ª DP (Campo Grande), ela comandou vários inquéritos contra milicianos e traficantes de drogas na região.

À frente da 35ª DP, Damaris também coordenou as investigações sobre o rompimento da adutora da Cedae, em Campo Grande, em agosto de 2013. Ela apreendeu a planta da obra feita pela construtora RG Projetos para a fábricas de bebidas Guaracamp e disse haver problemas no projeto. "Há uma falha clara no planejamento da obra", disse a delegada.

Na madrugada de terça-feira, 30 de julho, o rompimento de uma adutora da Cedae atingiu cerca de 200 casas, destruindo mais de 15. A menina Isabela Severo dos Santos, de 3 anos, morreu na inundação e mais de 10 pessoas ficaram feridas.

Na época, a RG Projetos disse não ter feito a obra de terraplanagem e a Cedae afirmou não ter sido notificada sobre o procedimento.

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