Por thiago.antunes

Rio - A PM aprendeu dois adolescentes suspeitos de participação no atentado de terça-feira à noite no Complexo do Lins, onde dois contêineres da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) local foram incendiados. Na ação criminosa, houve tiroteio que deixou um policial e outras duas pessoas baleadas. As vítimas não correm risco de vida. "Depois da confusão, comecei a tremer. Um vizinho também passou mal. A maior felicidade que eu poderia ter era conseguir ir embora daqui, mas qualquer aluguel fora é meu salário inteiro. Meu sonho é sair deste inferno”, desabafou uma moradora, que não se identificou.

O patrulhamento está reforçado na região. Porém, uma escola não abriu as portas ontem de manhã, segundo a Secretaria Municipal de Educação, deixando 403 alunos sem aulas. Já as unidades da rede estadual, de acordo com a Secretaria de Estado de Educação, funcionaram normalmente. Segundo a polícia, no celular apreendido com um dos suspeitos havia mensagens que o incriminavam: “Tacamos fogo no contêiner.”

Limpeza dos contêineres da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Complexo do Lins%2C na Zona Norte do Rio%2C que foram parcialmente incendiados por criminososFoto%3A Sandro Vox / Agência O Dia

Tensão no dia seguinte

Além de provocar o incêndio, bandidos roubaram as mochilas dos PMs que trabalhavam nas bases. Uma viatura foi apedrejada e teve o para-brisas danificado. O confronto começou por volta das 22h. Policiais da UPP do Lins em patrulhamento pelo Morro do Amor foram surpreendidos por traficantes. Houve intenso tiroteio, e o sargento Cleomar foi atingido no pé. Ele acabou sendo levado para o Hospital Naval Marcílio Dias, onde foi medicado e liberado. Marlon Ramos de Oliveira, de 22, foi baleado no abdômen e levado para o Hospital Municipal Salgado Filho.

Ele passou por cirurgia e o estado de saúde é considerado estável. Um adolescente de 17 anos, também ferido, foi encaminhado para o Hospital do Andaraí e passa bem. Na manhã desta quinta, o clima ainda era tenso e o policiamento estava reforçado pelos batalhões de Choque e de Operações Especiais (Bope), além de policiais de UPPs de outras áreas. Um terceiro homem foi detido com drogas.

Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) foram até o local do tiroteio para realizar a perícia nos contêineres atingidos por coquetéis molotov. Um caminhão do Bope foi usado para a retirada dos equipamentos. O sargento Cleomar é o segundo PM baleado no Lins neste mês. No dia 6, o soldado Elias Camilo, 32, foi baleado na cabeça e segue internado.

Ferido em perseguição

Um policial militar do Batalhão de Choque foi baleado na tarde desta quinta próximo ao Morro da Pedreira, em Costa Barros, na Zona Norte. Segundo a Polícia Militar, o agente estava em patrulhamento na Estrada Botafogo, quando foi atingido no pé pelo disparo feito por uma assaltante.

Policiais do 41º BPM (Irajá), responsáveis pela região, disseram que o militar estava com colegas perseguindo bandidos que tentaram roubar um van com carga de cigarro. Moradores relataram apenas que bandidos da facção Amigos dos Amigos (ADA), que controlam o Morro da Pedreira, trocaram tiros com os policiais militares. Ainda de acordo com informações da PM, ninguém foi preso e não houve apreensões na ação. O estado de saúde do policial, que foi socorrido para o Hospital da Polícia Militar, no Estácio, não foi informado até o fechamento desta edição.

Tiroteio no Alemão faz vítima

Um policial da UPP Nova Brasília, no Alemão, foi baleado na coxa durante um confronto com traficantes na madrugada desta quinta. De acordo com informações da PM, militares faziam patrulhamento na Praça do Terço quando foram atacados pelos criminosos. O soldado identificado apenas como Gorni foi atingido na perna e e socorrido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. Seu estado de saúde é bom, e o caso foi registrado na 45ªDP (Alemão).

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