Por paloma.savedra

Rio - A Polícia Civil do Rio concluiu, nesta sexta-feira, a investigação de uma suposta intolerância religiosa na Escola Municipal Francisco Campos, no Grajaú, Zona Norte do Rio, e inocentou a diretora da unidade - Cinthya Purper Freitas - de ter cometido o crime. De acordo com a denúncia, um aluno foi barrado na unidade por usar guias de candomblé. O inquérito, instaurado pela 20ª DP (Vila Isabel), ainda será encaminhado ao Ministério Público do Rio, na próxima semana.

O estudante%2C de 12 anos%2C tem que usar a guia de candomblé como parte de sua iniciação religiosa. Ele teve que deixar de ir às aulas durante um mês%2C segundo contou sua mãeJosé Pedro Monteiro / Agência O Dia

Segundo a Polícia Civil, as testemunhas informaram, em depoimento, que a diretora pediu que o aluno retirasse o boné, em respeito às regras da escola, mas ele - de acordo com testemunhas - se recusou. Ainda de acordo com a polícia, o delegado titular da 20ª DP, Herald Espinola, que presidiu o inquérito, não considerou ter havido intolerância religiosa.

Grupo realiza ato contra intolerância religiosa em frente à escola 

Relembre o caso

A denúncia da mãe do aluno X., de 12 anos, foi feita em setembro. Segundo ela, o estudante teve que trocar de escola depois de ter sido impedido de frequentar as aulas por usar guias de candomblé sob o uniforme. X. havia adotado a religião este ano, e, como parte de sua iniciação, tinha que usar as guias durante três meses. Mas, segundo sua família, a diretora teria proibido o menino de entrar na unidade.

X. já não ia à Escola Municipal Francisco Campos, no Grajaú, há mais de um mês. Isto ocorria, segundo afirma a mãe dele, Rita de Cássia, porque a diretora havia avisado que não permitiria a presença dele usando guias ou quaisquer outros trajes característicos do candomblé.

De acordo com o relato da mãe do aluno, no dia 25 de agosto, o menino tentou voltar a frequentar as aulas, mas teria sido impedido, segundo a família. Com as guias por baixo da camisa do uniforme, além de bermuda e boné brancos, ele teria sido proibido de entrar na escola pela diretora. A alegação dela, segundo a família, foi de que X. estava usando roupas fora do padrão adequado.

O caso teve grande repercussão, e o prefeito Eduardo Paes chegou a se desculpar para a família do aluno. Uma sindicância também foi aberta  para apurar o caso, e, segundo a Secretaria Municipal de Educação, ainda não foi concluída. 

Paes se desculpa com garoto e prega respeito por todas as religiões


Você pode gostar