Por bferreira

Rio - O Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Aterro do Flamengo, vai passar por sua primeira revitalização desde que foi construído, há 54 anos. Para isso, será usada uma técnica especial para limpeza de acervo tombado. A ação começa na próxima sexta-feira, quando o Exército inaugura uma placa marcando os 70 anos do envio de tropas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) aos campos de batalha na Itália.

O Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial foi instalado há 54 anos no AterroBanco de imagens

O evento, que começará às 13h, terá também culto ecumênico já pelo Dia de Finados, com entrega de flores no túmulo do soldado desconhecido, que representa militares que morreram mas, não puderam ser identificados.

“A revitalização faz parte de um conjunto de cerimônias que preparamos para homenagear os militares da FEB que foram enviados à guerra”, ressalta o diretor do Monumento aos Mortos, coronel Rego Barros.

Para a limpeza, será usada máquina de vapor quente com pó de quartzo, amido de milho e casca de nozes. A técnica é a mesma aplicada na Fontana di Trevi, um dos pontos turísticos de Roma, na Itália, e em outros monumentos no mundo, como o Obelisco de Buenos Aires (Argentina) e o jardins do Vaticano.

A revitalização será feita pela empresa italiana Cristaini/Ghibli, especializada em equipamentos de descontaminação química, biológica, radiológica e nuclear, e que atua há 10 anos no Brasil nas áreas militar e civil.

De acordo com o diretor-executivo da companhia, o coronel da reserva Edson Pereira, o trabalho pode levar até cinco dias e será desenvolvido por uma equipe de militares e civis.

“Os ajudantes aprenderão a técnica para podermos reproduzí-la em outras revitalizações”, ressaltou o oficial. Segundo o executivo-chefe da companhia, o trabalho não terá custos para as Forças Armadas, pois será doação da empresa italiana.

A equipe terá dois militares do Monumento, dois do Forte de Copacabana e dois ou mais civis da Cristaini/Ghibli, que também fez serviços no cemitério de Pistoia, na Toscana, onde foram inicialmente sepultados os pracinhas mortos em combate.

Idealizado pelo Marechal João Baptista Mascarenhas de Moraes, comandante da FEB, e inaugurado em 5 de agosto de 1960, o Monumento faz homenagem aos 469 homens que deram a vida pelo país contra o Terceiro Reich da Alemanha Nazista. O Brasil enviou ao front 25.334 militares.

Local abriga 467 túmulos

Um dos pontos turísticos do Rio de Janeiro com maior número de visitantes, o Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial possui um auditório para a exibição de filmes e documentários. Abriga também uma exposição permanente com material usado pelos soldados no Teatro de Operações da Europa, e é o local onde estão sepultados os restos mortais dos 467 heróis militares brasileiros mortos em combate.

Ao todo, foram 469 brasileiros que morreram, mas um corpo ficou na Itália à pedido do país onde o combatente foi sepultado primeiro. O outro não foi encontrado.

O Monumento está aberto ao público com entrada franca, estacionamento e bicicletário gratuitos, de terça a domingo, das 9h às 17h. O espaço está localizado no Parque Brigadeiro Eduardo Gomes, que é o Aterro do Flamengo, próximo à Marina da Glória e ao Museu de Arte Moderna (MAM).

Visitas podem ser mediadas para grupos, com agendamento feito pelo telefone (21) 2240-1283, ou preferencialmente por e-mail: comsoc.mnmsgm@hotmail.com.

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