Rio - A violência do último final de semana na região da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, fechou o comércio e assustou os moradores. Por conta desses episódios, o Consórcio Internorte decidiu nesta segunda-feira mudar o trajeto de oito linhas de ônibus. Segundo o Rio Ônibus, sindicato que representa as empresas, a decisão foi tomada para preservar a segurança dos passageiros e rodoviários.
Os ônibus das linhas 312, 313, 621, 622, 623, 625, 628 e 679 estão seguindo pela Avenida Braz de Pina, evitando as vias mais próximas da comunidade, como a Rua Ministro Moreira de Abreu e a Estrada José Rucas. De acordo com a Rio Ônibus, todos os pontos finais dessas linhas foram transferidos para a Rua José Maurício.
A operação, de acordo com o Consórcio Internorte, voltará ao normal assim que sejam restabelecidas as condições de segurança. Neste ano, de acordo com o sindicato, 49 ônibus foram incendiados em ataques criminosos na cidade do Rio.
Na noite de sábado, uma equipe do Batalhão de Operações Especiais (Bope), com apoio do Grupamento Tático de Polícia de Proximidade (GTPP) da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da área entrou em confronto com bandidos no complexo de favelas e dois suspeitos foram baleados.
Ambos foram socorridos e encaminhados para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, também na Penha. Um não resistiu aos ferimentos e morreu. Márcio Silva de Almeida, de 34 anos, ficou ferido e segue internado na unidade. Passado um tempo, os PMs foram ao socorro de outra vítima da violência da região. Uma mulher foi baleada na perna, na Rua 29, em Parque Proletário, e os agentes a encaminharam para a mesma unidade de saúde.
A partir disso, todo os estabelecimentos comerciais na Estrada José Rucas, uma das principais vias da região, estavam fechados no domingo. Segundo os comerciantes, a ordem para não abrir veio de homens a pé e outros em motos, que passaram em frente às lojas ordenando que não abrissem.
O policiamento na região segue reforçado e agentes do Grupo de Intervenções Táticos da UPP fazem incursões pela área e monitoram o perímetro com o auxílio de binóculos. Além disso, viaturas foram posicionadas na entrada do Parque Proletário e os policiais, durante ronda pela localidade, tiveram que retirar barricadas posicionadas por traficantes. Um sofá chegou a ser colocado pelos bandidos para retardar a ação da polícia.
Mais de mil crianças sem aula
De acordo com a 4ª Coordenadoria Regional de Educação da Secretaria Municipal de Educação (SME), por conta de violência no entorno, uma escola está sem atendimento no Complexo do Alemão, e uma escola, um Espaço de Desenvolvimento Infantil (EDI) e três creches também estão sem atendimento no Complexo da Penha. No total as unidades atendem 1.662 alunos. Em nota, a SME esclareceu que o conteúdo perdido será reposto.