Por thiago.antunes

Rio - Condenada a pagar indenização de R$ 5 mil ao juiz João Carlos de Souza Correa depois de abordá-lo na blitz da Lei Seca, a agente de trânsito Luciana Silva Tamburini recebeu solidariedade de todo Brasil. O magistrado, que dirigia sem carteira um veículo sem placa, sentiu-se ofendido quando ela disse: “É juiz, mas não é Deus”. Revoltados com a condenação de Luciana, vários internautas fizeram cotização para ajudá-la a pagar a multa. Na noite desta quarta, o mutirão passava de R$ 13 mil.

Na decisão%2C desembargador considerou que Luciana agiu com abusoAlessandro Buzas / Agência O Dia

O caso ocorreu na Zona Sul do Rio há três anos, e a decisão foi publicada na sexta-feira, 31. A agente de trânsito processou o juiz depois de receber dele voz de prisão e ser levada para a delegacia. De acordo com o processo, ‘o réu tentou se prevalecer do cargo para se esquivar do cumprimento da lei’. A agente pediu indenização por dano moral, por ter sido colocada em situação vexatória, ao ser conduzida para a delegacia. O juiz Correa contestou a acusação e resolveu pedir indenização.

Na decisão, o desembargador José Carlos Paes, da 14ª Câmara Cível, sustenta que Luciana ‘agiu com abuso de poder, ofendendo o réu’ e que ela ‘zombou do cargo’. A sentença causou indignação e a advogada paulista Flavia Penido começou na tarde de terça-feira a cotização para ajudar Luciana a pagar a indenização. Na noite de ontem, o valor de depósito confirmado já havia chegado quase ao triplo no site ‘vakinha.com.br’.

O mutirão vai se transformar em protesto contra a Justiça. Todo o valor será entregue à agente de trânsito em ato público, sem data marcda. A solidariedade foi tal que ontem a hashtag #juiznaoehdeus foi das mais comentadas no Brasil na rede social twitter.

O desembargador Paes não quis comentar a sua decisão. De acordo com a Operação Lei Seca, após esse episódio, o juiz Correa foi flagrado em outra blitz, se recusou a soprar o bafômetro e perdeu o direito de dirigir por um ano.

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