Por paloma.savedra

Rio - A Polícia Civil pediu à Justiça a prisão da empregada doméstica Deusamar de Jesus Oliveira. Ele é suspeita de envenenar a ex-prefeita de Nova Iguaçu Sheila Gama, de 60 anos, para quem trabalhava. Segundo a polícia, em depoimento, a mulher confessou ter esvaziados cápsulas de um remédio usado por Sheila e colocado o veneno para matar ratos conhecido por Chumbinho.

Deusamar teria alegado no depoimento que resolveu matar a patroa por causa de desentendimentos. Ela cumpria aviso prévio e havia combinado com Sheila que deixaria de trabalhar para ela no fim do ano. Mas teria se irritado porque a patroa reclamava muito do seu serviço e era exigente.

O envenenamento foi na segunda-feira, quando Sheila foi internada na UTI do Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo. Segundo a unidade de saúde, ela reage bem ao tratamento, mas seu quadro inspira cuidados.

De acordo com a polícia, a doméstica se apresentou na quarta-feira à 16ª DP (Barra da Tijuca) e confessou o crime. Os investigadores chegaram a pedir a prisão da doméstica ao plantão judiciário do Tribunal de Justiça. Mas uma nova resolução, para que esse tipo de medida não seja mais dada pelo plantão, impediu que a acusada ficasse presa. Deusamar foi, então, liberada após o depoimento.

Sheila Gama%2C ex-prefeita de Nova Iguaçu%2C está internada em Botafogo%2C após ter sido envenenada pela sua própria empregadaAlexandre Vieira / Agência O Dia

Na segunda-feira, Sheila Gama chegou ao hospital com fortes dores abdominais e vômito. Ela sofreu uma parada cardíaca, foi reanimada e internada na UTI. Até o fim da noite desta quinta-feira, o hospital não divulgou novo boletim sobre seu estado. A ex-prefeita governou a cidade de Nova Iguaçu de 2010 a 2012, depois que Lindberg Farias, de quem era vice, deixou o cargo para se candidatar ao Senado. No fim do mandato, Sheila tentou a reeleição, mas perdeu pra Nelson Bornier.

Resolução limita plantão judiciário

A Resolução 33 — que deixou em liberdade a acusada de envenenar a ex-prefeita Sheila Gama — foi assinada no dia 3 pela presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Leila Mariano. Segundo o texto, a medida visa regulamentar as normas dos plantões judiciários noturno e diurno, além de coibir possíveis abusos de direito fora do expediente do Tribunal.

O órgão alega que os delegados têm o expediente forense da semana inteira para os pedidos de prisão. Nos casos de flagrantes, a comunicação pode ser feita à Justiça até 24 horas depois, o que não justifica que isso seja feito no período noturno do plantão.

Entre os parágrafos, o texto ressalta que pedidos de prisão preventiva só poderão ser feitos durante o expediente judiciário, a não ser em casos excepcionais, como os envolvendo a preservação da vida humana. Fora isso, os delegados e promotores devem esperar até o dia seguinte e fazer o pedido diretamente na vara competente ao caso. No caso da doméstica, a assessoria do Tribunal informou que o despacho do juiz foi dado às 10h34 desta quinta, mas que o expediente do órgão começa às 11h e que o pedido poderia ser analisado pelo juiz da comarca competente.

Você pode gostar