Por adriano.araujo

Rio - O Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro, com apoio da Polícia Federal e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MPRJ cumpriram nesta terça-feira três mandados de busca e apreensão nas sedes da Prefeitura de Mangaratiba e do Jornal Povo do Rio, no Centro e em Vila Isabel, na Zona Norte. A operação visa apurar fraudes em contratações realizadas pela prefeitura nos anos de 2011 e 2012 e cerca de 40 contratos estão sendo analisados, que segundo o promotor Alexander Véras Vieira têm o valor estimado em R$ 60 milhões.


A investigação corre sob sigilo e está sendo realizada pela 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Angra dos Reis. E de acordo com o MP, a prefeitura pagava ao Povo para que alterasse a matriz dos jornais que já haviam circulado e colocasse editais de convocação e os resultados das licitações fraudadas. Tudo isso sem que a informação tivesse realmente sido publicada. As edições alteradas, segundo as investigações, eram guardadas nas sedes do jornal e da prefeitura e serviam como respaldo para os contratos irregulares.

A denúncia aponta que os R$ 60 milhões eram utilizados na aquisição de variados produtos, como cestas básicas, merenda escolar e execução de obras no município. Há também indícios de que as contratações eram realizadas sem licitação e sem a garantia de que os serviços seriam executados.

Na sede do Jornal O Povo%2C no Centro do Rio%2C agentes do Ministério Público também realizaram apreensõesSeverino Silva / Agência O Dia

Por conta da operação, a sede da prefeitura de Mangaratiba está interditada. Lá, os agentes estão recolhendo documentos referentes a centenas de licitações do município. Já na sede do Povo, foram apreendidas todas as edições do período da investigação. O material apreendido servirá de base para ação de improbidade administrativa contra o prefeito Evandro Bertino Jorge, secretários e servidores municipais.

Você pode gostar