A cada mês, nove policiais militares são mortos no Rio
Última vítima foi soldado do BPM de Irajá, em Guadalupe
Por thiago.antunes
Rio - A morte do soldado Anderson Senna Freire, na madrugada desta quarta-feira, em Guadalupe, fez o Rio chegar a um índice alarmante: em cada um dos últimos 11 meses, em média, nove policiais militares foram assassinados — 85 em dias de folga e 18 em serviço, de janeiro até as 21h desta quarta. Em 2013, 111 agentes morreram assassinados.
Lotado no 41º BPM (Irajá), Anderson foi baleado na cabeça durante um ataque de bandidos. O colega dele, o soldado Bruno de Moraes, foi ferido no ombro e está internado no Hospital Estadual Albert Schweitzer , em Realengo.
De acordo com o Serviço Reservado do batalhão, os dois PMs encerrariam o serviço à 1h e retornariam para a unidade. Quando passavam pela Avenida Brasil, foram atacados por ocupantes de um Fiat Punto prata. Segundo testemunhas, os bandidos desceram do veículo disparando. Pelo menos três tiros perfuraram o vidro dianteiro e a lataria da viatura. Surpreendidos, os policiais não tiveram tempo de reagir e acabaram baleados.
Após os disparos, os bandidos fugiram pela Rua Luiz Coutinho Cavalcanti. A via dá acesso às comunidades do Muquiço e da Palmeirinha. O local do crime fica a nove quilômetros da Rua Vigilante Fortunato, em Bangu, onde foi abandonado o corpo do soldado Ryan Procópio, torturado e morto 24 horas antes. A Divisão de Homicídios também assumiu as investigações sobre o ataque aos policiais em Guadalupe.
No Centro, outro PM foi vítima de tiro na madrugada de ontem. O sargento do 5º BPM (Praça da Harmonia), que não teve o nome divulgado, foi ferido quando abordava um motociclista na Rua do Livramento. O suspeito atirou contra o policial e fugiu. A bala atingiu o cinto do PM, que amorteceu o disparo, e ficou alojada na musculatura.
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A vítima foi encaminhada para o Hospital Central da Polícia Militar, no Estácio, onde foi operada e liberada. De acordo com policiais do batalhão, o cinto, que é obrigatório no uniforme, pode ter salvo a vida do sargento. Eles alegaram que o acessório diminuiu a pressão da bala e evitou que o ferimento fosse mais profundo.
Pezão critica órgãos de direitos humanos
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O governador Luiz Fernando Pezão criticou nesta quarta representantes de direitos humanos e cobrou penas mais duras para quem mata policiais. “Poucas vezes a gente vê os órgãos de direitos humanos se manifestarem quando morre um policial. Nossos policiais, que estão aí tentando levar a paz e a tranquilidade, e vêm sendo assassinados, merecem também essa solidariedade. Acho que a gente precisa de penas mais duras. Tinha discutido já em abril a pena mais severa para quem matar o policial”, afirmou.
Depois da barbárie contra o soldado Ryan Procópio e com o número de oito policiais baleados somente esta semana, agentes das polícias Civil e Militar começaram mobilização através das redes sociais para uma passeata contra a violência. A ideia é marchar pela orla de Copacabana, levando o maior número possível de policiais, para um manifesto lembrando as vítimas. Nas redes, o chamado foi divulgado com o slogan: ‘A vida do policial é sagrada, como toda vida é. Juntos somos fortes’.
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O policial Anderson será enterrado na manhã de hoje no Cemitério Jardim da Saudade de Mesquita, na Baixada Fluminense. O comandante-geral da corporação, coronel Ibis Silva, confirmou presença no velório. Até a noite de ontem, investigadores da Divisão de Homicídios ainda não tinham pistas sobre os assassinos do sargento.