Por felipe.martins, felipe.martins
Rio - A operação da Polícia MIlitar na comunidade do Jordão, em Jacarepaguá, nesta sexta-feira, terminou com três suspeitos mortos em confronto com agentes do COE (Comando de Operações Especiais). Eles foram baleados em uma área de mata , onde os corpos foram encontrados pelos policiais. Quatro suspeitos foram presos e dois adolescentes apreendidos
Quatro pistolas, duas granadas, uma réplica de fuzil, munições diversas, um colete, camisas da polícia, drogas ainda não contabilizadas e três motocicletas foram encontradas na comunidade pelos PMs. As drogas e armas foram levadas para a 41ªDP (Tanque), onde as ocorrências foram registradas.
Policiais militares do COE realizaram várias prisões e apreensões durante operação nesta sexta-feira na comunidade do Jordão%2C em JacarepaguáFabio Gonçalves / Agência O Dia
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Por conta da operação, duas escolas e duas creches da rede municipal de ensino estão fechadas. Com isso, de acordo a Secretaria Municipal de Educação, 1.410 alunos estão sem aulas. Já a Secretaria de Estado de Educação afirmou que todas as suas unidades estão funcionando normalmente.
Participaram da operação PMs do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), BPChoque, Batalhão de Ações com Cães (BAC) e Grupamento Aéreo Marítimo (GAM) que compoem o COE e do 18ºBPM (Jacarepaguá) e agentes da 41ª DP (Tanque), 32ª DP (Taquara).
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A delegada Márcia Julião, da 41ª DP, considerou a operação um sucesso e disse que a tendência é do retorno imediato da paz à região após a prisão e morte dos traficantes que vinham levando pânico ao local.
“Conseguimos identificar vários bandidos, muitos oriundos do Morro do Juramentinho, em Vicente de Carvalho, mas nem eram de alta periculosidade. O fuzil que eles estavam era de brinquedo. São, na verdade, um bando de moleques delinquentes que traziam drogas de lá para vender aqui”, disse Márcia Julião.
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A delegada voltou a negar a presença de milicianos na região e garantiu que os confrontos dos últimos meses foram entre policiais e traficantes. “Não tivemos nenhum registro de atuação de milícia por ali, mas vamos apurar”, concluiu.
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Os policiais estão na comunidade para coibir o tráfico de drogas, após denúncia do DIA, na última segunda-feira. A reportagem denunciou o clima de medo que tomou conta dos moradores com a guerra sem trégua no Jordão e os violentos confrontos armados entre traficantes de drogas e milicianos pela disputa do território.
De acordo com moradores, os tiroteios começaram em agosto, quando traficantes do Comando Vermelho tomaram o morro do controle da milícia que dominava o local. Porém, nas últimas duas semanas, os confrontos ficaram mais intensos.
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Nas mãos dos moradores circulam várias fotos que comprovariam esses relatos. Nas imagens, há bandidos ostentando armamento pesado e pichações que mostram ameaças da facção criminosa à milícia que atuava dentro da comunidade.
“O Morro do Jordão está à mercê da bandidagem. Uma hora é o tráfico, com vagabundo vendendo droga e andando de fuzil para cima e para baixo, outra hora é milícia, que fica extorquindo morador. Polícia, aqui, nem chega perto. Não adianta chamar porque eles não vêm”, reclamou um comerciante, que pediu para não ser identificado.
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Subir? Nem pensar
A queixa, no entanto, não retrata fielmente à realidade. Numa das entradas da favela, num posto de gasolina que fica na Estrada do Cafundá, uma das principais do bairro, em frente à Rua Jordão, uma viatura da Polícia Militar está sempre presente. Mas apenas para constar. Subir o morro, nem pensar.
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“Não temos condições de subir o morro neste momento porque o confronto vai ser inevitável”, admitiu um dos policiais. Segundo ele, não houve e nem está prevista nenhuma operação na comunidade. “Estamos todos aguardando o que vai acontecer na corporação, em relação a essa troca de comando. O comandante atual é interino, e quando é assim estas operações ficam suspensas”, explicou o policial.