Por thiago.antunes
Rio - Policiais da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) prenderam, nesta quarta-feira, Luiz Carlos da Silva. Ele é apontado como autor do homicídio do policial militar Diego Santos de Oliveira, e de seu irmão, Diogo Santos de Oliveira, no último sábado, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
Luiz Carlos é acusado de matar PM e seu irmão%2C no último sábado%2C em São João de MeritiDivulgação

Segundo investigações, eles foram mortos por milicianos após perseguirem dois homens em uma motocicleta. Luiz Carlos se apresentou na unidade e contra ele foi cumprido um mandado de prisão pelo crime.

Relembre o caso

De acordo com o delegado assistente da DHBF, João Valentim, Diego e Diogo estavam na região próximo ao Morro da Pedrinha procurando por assaltantes, quando um deles realizou disparos que atingiram o menino Diego Cardoso Peçanha, de dois anos. Segundo Valentim, após os disparos, os irmãos fugiram e foram capturados por dois milicianos, que os confundiram com os assaltantes.

"Após esse fato, eles fugiram do local sem socorrer os rapazes e a criança, e foram executados por milicianos, que acreditavam que eles eram os autores do roubo".  Ainda segundo o delegado João Valentim, os irmãos estavam armados com pistolas e que elas foram levadas pelos milicianos. Além disso, Diogo e Diego estavam numa moto com o chassi cortado.

Cerca de 200 pessoas acompanharam o enterro dos irmão Diego e DiogoBruno Lima / Agência O Dia

Tiago de Lima, pai da criança, afirmou que estava na rua e viu o momento em que os tiros foram disparados. "Saiu dando tiro. Mandando todo mundo sair. Aí quando fomos ver, o meu filho que sofreu o resultado (dos tiros). Foram vários tiros".

O garoto Diego Cardoso segue em internado estado grave. Atingido por uma bala no peito, ele foi transferido do Hospital da Posse para o Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, onde está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica.
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Familiares revoltados
No velório dos PMs no Cemitério de Vila Rosali, em São João de Meriti, Cícero dos Santos, pai das vítimas, fez um desabafo emocionado: "Cadê o Beltrame? Cadê o Pezão? Eles não estão aqui porque não foi com o filho deles. Eu sei que muitas famílias ainda vão chorar. Esse é um desabafo de um pai, perdi a metade da minha família. Vocês não sabem o tamanho da minha dor. Tinha quatro filhos lindos", disse Cícero, entre lágrimas. Pelo menos 200 compareceram ao cortejo.
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O pintor Eraldo Nicácio, primo de Diego e Diego, estava inconsolável. "É revoltante perder dois primos ainda bens jovens e desse jeito. Acabou o Natal e acabou o Ano Novo para a família, que está destruída". Sobre a autoria dos crimes, o parente foi sucinto: "Não sabemos quem baleou a criança, isso tem que ser investigado. Sobre milicianos, preferimos não comentar", afirmou Eraldo.
O enterro dos PMs teve honras militares. Diego foi enterrado com a bandeira do Brasil e Diogo com a do Flamengo, seu time do coração.