Por thiago.antunes
Rio - Preso e réu em processo por roubo qualificado e extorsão mediante sequestro na Justiça, onde é acusado de envolvimento com o tráfico de drogas, o tenente-coronel Dayzer Corpas Maciel, ex-comandante do 17º BPM (Ilha do Governador), teve arquivado o Inquérito Policial Militar (IPM) conduzido pela Corregedoria da corporação — o órgão investigava o envolvimento dele e de subordinados com traficantes e milicianos do bairro.
Dayzer Corpas negou acusaçõesReprodução

A decisão de arquivar o processo administrativo, porém, poderá ser revista, segundo informou em nota a PM, pois as conclusões do IPM serão remetidas ao Ministério Público (MP), que poderá contestá-las. Corpas e mais 15 subordinados respondem na Justiça Militar após serem denunciados pelo MP tendo como base a Operação Ave de Rapina, da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP.

Eles foram presos em outubro e, há uma semana, a juíza do caso, Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, negou a revogação da prisão preventiva aos militares, conforme pedia a defesa deles. Na argumentação, a magistrada escreveu que: ‘...a prematura soltura dos réus, perpetradores de delitos gravíssimos, oferece sério risco à instrução processual’.

De acordo com as investigações, os PMs participaram do sequestro de traficantes na Ilha do Governador em março, um ano depois em que o IPM arquivado agora foi instaurado. Corpas também foi acusado de improbidade administrativa, por comprar material de construção para reformas no batalhão da Ilha em loja de familiares. No momento da prisão, há dois meses, Corpas foi pego em casa com R$ 14 mil, além de joias e notas fiscais das compras suspeitas. 
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No IPM, Corpas rechaçou as acusações. Em defesa do arquivamento, a corporação informou que os fatos que o ensejaram o IPM são diversos do que foi investigado pelo MP e pela Inteligência da Secretaria de Segurança.