Por thiago.antunes
Rio - A Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj) defende em nota o juiz da 1ª Vara de Saquarema, Bruno Monteiro Ruliere, acusado de ofender o sargento André Fernarreti, dentro do posto de guarda-vidas, no dia 6. Ruliere vai ter que prestar contas na Corregedoria da Justiça.
O órgão instaurou sindicância para apurar o fato e o magistrado e o militar serão convocados a prestar esclarecimentos. O caso foi registrado como desacato e lesão corporal na 14ª DP (Leblon) onde nove testemunhas prestaram depoimento e enviado ao 4º Juizado Especial Criminal.
Publicidade
Leia a íntegra da nota:
A Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (AMAERJ) vem a público esclarecer as agressões sofridas pelo juiz Bruno Monteiro Ruliere.
Publicidade
No dia 6 de dezembro, o juiz Bruno Ruliere deslocou-se ao Posto 9 da praia de Ipanema, em razão de sua colega ter sido agredida fisicamente por uma pessoa que estava no local, com um tapa no rosto.
O magistrado chamou a Polícia e foi identificar quem era a agressora, para que ela não se evadisse do local e pudesse responder pelo ato. Em seguida, os funcionários do local chamaram os guarda-vidas do Posto. Momentos depois, o sargento André Fernarreti puxou pelo pescoço o juiz Bruno Ruliere, que estava de costas.
Publicidade
Depois, ainda antes da Polícia chegar, o sargento tentou impedir a identificação da agressora. Em seguida, mesmo depois de o juiz se identificar, o sargento desferiu dois socos no magistrado.
Imediatamente após a agressão, o juiz saiu do Posto, aguardando a Polícia. Em seguida, com os policiais já presentes e na frente destes, o sargento voltou a agredir fisicamente Bruno Ruliere.
Publicidade
Como já divulgada pela imprensa, parte da movimentação foi registrada através da câmara de segurança do Posto.
Após o ocorrido, os presentes foram encaminhados à Delegacia, onde o caso foi registrado.
Publicidade
Não houve abuso de autoridade do juiz. Em nenhum momento, o magistrado revidou as agressões. Bruno Ruliere agiu como todo cidadão, que ao ser agredido deve chamar a autoridade policial.
A AMAERJ repudia qualquer ato de violência.
Publicidade
Juiz Rossidélio Lopes da Fonte
Presidente da AMAERJ
Publicidade
Vereador vai ao CNJ contra magistrado
A confusão envolvendo um magistrado e um bombeiro no Posto 9, em Ipanema, Zona Sul do Rio, ganhou novos contornos. O vereador Marcio Garcia (PR), vai entrar com uma representação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o juiz Bruno Monteiro Ruliere, da 1ª Vara de Saquarema, acusado de ofender o sargento André Fernarreti, dentro do posto de guarda-vidas, no último domingo.

"Queremos isenção na apuração, sem a influência do juiz e do pai dele desembargador. O juiz, assim como qualquer outro servidor público, tem um compromisso com a sociedade. Ele também é obrigado a cumprir leis como todos nós. Nós queremos um juiz que anda embriagado pela rua, criando confusão? O comportamento dele foi degradante e muito aquém do que a sociedade espera", disse Garcia, que preside a Comissão de Defesa Civil da Câmara dos Vereadores.

Publicidade
Ainda de acordo com a defesa do militar, há relatos de que o juiz estaria alcoolizado. “Ele tentou dar uma cabeçada no meu cliente. O magistrado estava descontrolado e exigiu até que o bombeiro fosse algemado. Por sorte não aconteceu em função do bom-senso dos policiais militares”, alegou Azeredo.

Segundo o Corpo de Bombeiros nenhum procedimento administrativo disciplinar foi aberto contra Fernarreti. O órgão explicou que tanto o desacato quanto a lesão corporação são crimes que tramitam na justiça comum. Procurado, o magistrado afirmou, através da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, que não se pronunciaria.

Entenda o caso

A confusão entre o magistrado e o sargento bombeiro começou na noite do dia 6 e câmeras do local captaram as cenas. As imagens, sem aúdio, mostram Ruliere entrando no posto 9 com mais dois amigos. O motivo seria porque a namorada de Fábio Pastor, um dos que acompanham o juiz, teria sido impedida de entrar no local por uma funcionária. Após o trio cercar uma das funcionárias, uma delas chama os guarda-vidas.

Uma nova discussão tem início entre Fernarreti e Ruliere, este aparentando estar exaltado. Quando o guarda-vidas sobe as escadas, o magistrado vai atrás e o encara. Logo depois, Fernarreti desfere dois socos em Ruliere, que desce as escadas e sai do posto, retornando segundos mais tarde e subindo a escada novamente.

"O juiz estava agindo ali com abuso e além do limite de suas responsabilidades", disse o vereador Marcio Garcia (PR), que presta assessoria jurídica aos bombeiros no caso. "Estou acompanhando tudo para garantir que eles tenham o direito de se defender e evitar que ele (Ruliere) tenha algum privilégio, pois é filho de um desembargador. Tentaram arrastar uma das funcionárias e os guarda-vidas foram ver o que estava acontecendo. Não é porque alguém é juiz que pode arrumar briga com todo mundo", relatou Garcia ao DIA.

Publicidade
O magistrado relatou, em depoimento, que foi impedido de entrar no posto pelos funcionários e se identificou como juiz. Após a confusão com o sargento, Ruliere deu-lhe voz de prisão e acionou dois policiais militares. Segundo ele, André ainda lhe desferiu outro soco pois não queria ir para a delegacia. André informou aos policiais ter sido ofendido diversas vezes pelo magistrado que, irritadiço, o mandou se f#% e ainda tentou lhe dar uma cabeçada.