Por bianca.lobianco
Rio - O governador Luiz Fernando Pezão anunciou, nesta segunda-feira, que vai reforçar o policiamento no Complexo do Alemão, na Rocinha e no Complexo da Maré, além de retirar, gradativamente, militares do Exército que estão na Maré. A substituição no conjunto de favelas será feita por policiais militares. Segundo Pezão, no dia 2 serão tomadas várias medidas na área de Segurança Pública. O anúncio da mudança foi feito durante o evento na cerimônia de entrega da barca Pão de Açúcar, que vai fazer o trajeto Araribóia-Praça XV, e de quatro trens chineses que vão operar nos ramais da Supervia.
Governador anunciou que novas medidas serão tomadas para melhorar a segurança pública a partir de 2 de janeiroAlexandre Vieira / Agência O Dia

Pezão afirmou que vai ser assinado, no dia 30, com o ministro da Justiça José Eduardo Cardoso, uma parceria para a Maré. No documento, será definido o cronograma de entrada da polícia militar na complexo de favelas junto com o Exército. "Vamos definir o prazo que o Exército vai sair e vamos assumir. O ministro vai anunciar isso junto comigo em Brasília".

O governador afirmou que as mudanças no Alemão não tem ligação com a morte do lider comunitário do Conjunto das Casinhas, no Complexo do Alemão — Luiz Antônio de Moura, o Guinha, de 41 anos, assassinado com cinco tiros, no sábado — porque já estava em andamento o reforço do policiamento. No entanto, ele disse que está acompanhando de perto as investigações.
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"Fiquei das 8 horas até as 11h40 reunido com Beltrame (secretário estadual de Segurança Pública), Pinheiro Neto (comandante da PM que assume no dia 1º), e o Robson (coronel da PM) discutindo medidas de reforço que vamos tomar", afirmou Pezão.
Morto enquanto conversava com amigos na comunidade na tarde de sábado, Guinha foi enterrado na tarde de ontem, no Cemitério de Inhaúma. Um dos motivos seria o apoio dele à política de Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) no conjunto de favelas. Outra hipótese está ligada ao fato de Guinha, que era ativista de movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), ter desobedecido ordens de traficantes, ligados a igrejas do local, que são contra a parada gay que ele organizava na comunidade.
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Embarcação vai começar a operar em fevereiro
A nova embarcação, que pode transportar 30 mil passageiros por dia, só vai começar a operar a partir de fevereiro. Assim como os quatro trens que chegaram, e que só vão atender o público no final de janeiro, a fase agora é de testes.
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“A chegada da barca e dos trens é mais uma conquista para o Estado. Há mais de 50 anos não era comprada uma nova embarcação. Nós estamos colhendo os frutos dos investimentos que fizemos nos últimos anos”, afirmou o governador Luiz Fernando Pezão.
A nova barca — primeira de um lote total de sete — só vai começar a operar no ano que vem, assim como os trens. “A previsão é de que a Pão de Açúcar entre em funcionamento no fim de fevereiro. A embarcação apresenta alta tecnologia e será necessário um treinamento antes”, disse Marcio Roberto de Morais, diretor-presidente da CCR Barcas, Ponte e Via Lagos.
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De acordo com a secretária de Transportes, Tatiana Carius, as sete barcas vão possibilitar uma oferta de 24 mil lugares por hora no horário de rush, o dobro do número da média de passageiros transportados atualmente no trajeto Praça XV-Arariboia.
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Com capacidade para transportar 1,2 mil pessoas, cada trem chinês conta com refrigeração, passagem interna entre os carros, sistema que impede a abertura de portas durante as viagens, monitoramento interno por câmeras de segurança, bagageiros e interiores mais amplos e iluminados, além de painéis de LED.
Os trens que chegaram ontem fazem parte de um lote de 70 composições chinesas compradas pelo Estado. Destas, 20 já estão em circulação. A Supervia tem uma frota de 201 trens, sendo que 49 ainda não têm ar-condicionado. De acordo com o diretor industrial da Supervia, Uberlam Calçada, até a Olimpíada, em 2016, todos os trens serão refrigerados.
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