Por thiago.antunes
Rio - O prefeito Eduardo Paes decidiu colocar o PMDB contra a parede e quer antecipar para este ano a disputa pela sua sucessão. A um ano e nove meses das eleições municipais de 2016, ele pressiona seu partido para definir até junho o candidato peemedebista que concorrerá ao Palácio da Cidade. O prefeito defende o nome do deputado federal Pedro Paulo, seu afilhado político.
Antes, porém, Paes terá de dobrar a resistência do presidente regional do PMDB, o deputado estadual Jorge Picciani. Ele quer que o partido decida o candidato no limite do calendário eleitoral, apenas em junho de 2016. Picciani defende a candidatura de seu filho, o deputado federal Leonardo.
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A pressa de Paes tem motivo: ele corre contra o tempo para trocar de partido, caso a candidatura do pupilo seja preterida pela cúpula do PMDB. Pedro Paulo precisa se filiar a outra legenda até o fim de setembro deste ano, se for obrigado a deixar as hostes peemedebistas. Para disputar as eleições de 2016, é preciso estar filiado a partido político, no mínimo, com um ano de antecedência.
Paes sugere o nome de Pedro Paulo (D) para disputar sua sucessãoBruno de Lima / Parceiro / Agência O Dia

O plano B da dupla Paes/Pedro Paulo é migrar para o Partido Liberal (PL), legenda que está sendo recriada pelo ministro das Cidades, Gilberto Kassab. A ideia é fundir a nova sigla, depois de registrada, ao PSD, presidido justamente por Kassab. Dessa forma, a dupla não seria punida pela Justiça Eleitoral por mudar de partido.

O prefeito ainda vislumbra para si a disputa ao governo do estado em 2018 e teme que o ex-governador Sérgio Cabral reivindique a legenda para voltar ao Palácio Guanabara, em 2018, quando termina o mandato do atual governador, Luiz Fernando Pezão. Paes precisa de estrutura partidária que faça frente ao PMDB, no caso de sua saída.
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A possível saída do prefeito e seu candidato, porém,parece não incomodar Picciani, que mantém a postura de postergar a decisão para o ano que vem. A estratégia daria tempo para costurar apoio na legenda em torno de Leonardo. “Vamos decidir em junho do ano que vem. Neste momento, há disputa, mas o partido sairá unido para vencer”, disse.
O secretário de Transportes do estado, Carlos Osório, tenta emplacar seu nome como terceira via. Ligado a Picciani, não conta, no entanto, com o aval do tutor. “Não há chance (de Osório ser indicado pela sigla). Ele ainda tem que trabalhar muito pela cidade e pelo partido. Antes do Osório, há pelo menos dez na fila. Ele é um quadro razoável, mas não tem currículo para ser candidato a prefeito”, afirmou Picciani.
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