Por paloma.savedra
Rio - O juiz da 27ª Vara Criminal, Flávio Itabaiana, voltou a advertir os ativistas acusados de violência em protestos no Rio, durante audiência de instrução e julgamento realizada nesta segunda-feira. O magistrado afirmou ainda que seis dos 23 réus responderão por desacato ao desobedecer sua ordem para que não protestassem dentro do tribunal.  

Os seis ativistas que são réus no processo - Rafael Caruso, Shirlene Feitosa, Rebeca Martins, Leonardo Fortini, Felipe Proença e Igor D'Icarahy - gritaram "Não passarão" com os punhos cerrados, durante a entrada na audiência dos três manifestantes que estão presos. São eles Fábio Raposo, Caio Souza e Igor Mendes. 

Caio Souza%2C Fábio Raposo e Igor Mendes estão presos e respondem por formação de quadrilha%3B eles participaram da segunda audiência realizada nesta segunda-feiraCarlo Wrede / Agência O Dia

Itabaiana afirmou que vai remeter um pedido ao Ministério Público do Rio para que os seis respondam por desacato. Na primeira audiência, o magistrado já havia proibido os ativistas de se manifestarem dentro do Tribunal de Justiça. 

Fábio e Caio estão presos por outra ação penal, em que são acusados pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, em fevereiro de 2014. Já Igor Mendes teve a prisão preventiva decretada no fim de 2014, por descumprir medida cautelar, participando de um ato na Câmara dos Vereadores, no Centro do Rio. 
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As ativistas Eliza Quadros, a Sininho, e Karlayne Moraes da Silva Pinheiro, a Moa, também tiveram a prisão preventiva decretada por descumprimento de medida cautelar e seguem foragidas. 
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Audiência tem troca de acusações
Primeira testemunha de acusação a ser ouvida, o delegado titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), Alessandro Thiers, foi questionado pelo advogado dos ativistas, Marino D'Icarahy, que insinou que houve manipulação do inquérito. 
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Ao responder, mais de uma vez, que muitas das indagações só poderiam ser esclarecidas pela delegada Renata Araújo, titular da DRCI até fevereiro de 2014, D'Icarahy provocou. "Não sabemos o que o senhor está fazendo aqui então", disse o advogado. 
O inspetor da DRCI, Ulysses Carlos Pourchet, também foi ouvido como testemunha de acusação. O policial fez as transcrições das interceptações, e afirmou que a professora Camila Jordane usava sua casa para fabricar coquetel molotov. Os agentes encontraram ainda gasolina no local.
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Pourchet foi indagado pelos advogados do Instituto de Defensores de Direitos Humanos (DDH) por não ter incluído nos autos do inquérito parte do áudio em que Camila Jordane afirmava que usava sua casa para "produzir escudos". 
O inspetor alegou que não sabia o motivo desta parte não ter sido transcrita e disse que são muitas horas de áudio. Pourchet disse ainda que "por sorte" Camila não foi presa em flagrante com o coquetel molotov. Os advogados disseram que a acusação era uma ilação. 
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