Por nicolas.satriano
Rio - Pela sexta vez em oito dias, operários da Alumini Engenharia, uma das empresas responsáveis pela construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, bloquearam os três acessos ao complexo para impedir asobras da refinaria da Petrobras. Desta vez houve confronto entre cerca de 200 manifestantes, sem receber há 12 dias, com policiais do Batalhão de Policiamento de Choque (BPChq), no Trevo da Reta.
Bombas de efeito moral foram usadas para controlar o tumulto e cinco pessoas acabaram levadas para a 71ª DP (Itaboraí) com artefatos caseiros. Não houve feridos. O bloqueio começou às 5h e só terminou às 11h. Em protesto por salários atrasados, os manifestantes desde o dia 8 impedem a entrada dos ônibus que levam 15 mil operários ao Comperj.
Homens do Batalhão de Choque foram chamados para reforçar o policiamento no local e houve princípio de tumultoReprodução WhatsApp

Hoje, às 8h, haverá assembleia da categoria no Trevo da Reta. Pelo menos 4.100 trabalhadores foram demitidos esta semana pelas empreiteiras Alumini, CPPR, TUC, SPE, TE-AG, Barbosa Melo, Tubovias, segundo cálculos de diretores do Sindicato dos Trabalhadores Empregados em Empresas de Montagem e Manutenção Industrial no Município de Itaboraí (Sintramon). A direção do sindicato diz que as dispensas são em represália às mobilizações. “Vamos discutir possíveis soluções para evitar demissões em massa. Precisamos tomar medidas para conter isso”, afirma Rogério Assunção, diretor de operações do Sintramon.

Almir Ferreira, advogado do Sindicato das Empresas de Engenharia de Montagem e Manutenção Industrial do Rio (Sindemon), disse que os empregados estão se sentindo coagidos. “O problema deve ser resolvido junto à Justiça do Trabalho”, explica Ferreira. O advogado do Sindemon esclarece que as últimas demissões não têm a ver com as manifestações. “As demissões acontecem por conta de desmobilizações planejadas em várias frentes de trabalho que chegaram ao fim, como previsto no cronograma das obras”, finaliza o advogado.

Em nota, a Petrobras informou que ainda não é possível avaliar os efeitos da paralisação nos cronogramas do empreendimento.Os manifestantes reivindicam o salário de dezembro de 2,9 mil operários da Alumini, que deveria ter sido pago dia 5, e o depósito da última parcela do acordo trabalhista de 439 funcionários demitidos que deveria ter sido paga dia 22 de dezembro.

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Entenda o caso

Operários da empresa Alumini, uma das que trabalham na construção do Comperj, refinaria da Petrobras no Rio de Janeiro, cruzaram os braços nesta terça-feira e fizeram um protesto por salários. Um forte policialmento foi enviado ao local a fim de impedir o fechamento das rodovias BR-101 e RJ 116. Apesar da tensão, no entanto, naquela ocasião não houve confronto.

O Sindicato dos Trabalhadores Empregados nas Empresas de Montagem e Manutenção do Município de Itaboraí (Sintramon) garantiu, na última sexta-feira, o pagamento a partir de uma medida cautelar impetrada na Justiça do Trabalho de Itaboraí.
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Nesta terça-feira, o sindicato se reuniu no Ministério Público do Trabalho de Niterói para discutir o assunto. Participaram do encontro o presidente do Sintramon, Paulo César Quintanilha, conhecido como PC, diretores do sindicato e representantes da empresa e da Petrobras.
Segundo representantes do sindicato, o gerente de empreendimento da Petrobras, Wagner Menezes, esteve no local e explicou que “a questão da Alumini depende de decisão judicial e que a companhia nada pode fazer”
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Petrobras diz estar em dia com pagamentos de empresas
Em nota, a Petrobras reiterou que “está em dia com suas obrigações contratuais e que os pagamentos dos compromissos reconhecidos com as empresas que atuam no Comperj foram realizados de acordo com a legislação vigente e com os prazos estabelecidos contratualmente”.


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