Na União da Ilha, a notícia de que não haverá ajuda financeira do estado também caiu como uma bomba. “Estávamos contando com esse dinheiro, agora só nos resta tentar um empréstimo bancário. A falta desse dinheiro não vai prejudicar o desfile em si, já que compramos todo o material necessário para colocar o Carnaval na rua, mas não teremos como pagar os fornecedores se não conseguirmos ser salvos por um banco. De qualquer forma, vamos ter que dar um jeito. Carnaval só termina na Avenida”, explicou Ney Filardi, presidente da União da Ilha.
Corte de subsídio estadual de R$ 6 mi gera protesto no Grupo Especial
Governo do estado anunciou que não vai repassar o valor para as escolas de samba. Dirigentes reclamaram do corte
Rio - O Carnaval deste ano não será igual ao que passou. É que o governo do estado anunciou que não vai repassar o subsídio de R$ 6 milhões para as escolas de samba do Grupo Especial, conforme noticiou neste sábado a coluna Informe do DIA, de Fernando Molica.
A ausência dessa verba de R$ 500 mil para cada agremiação gerou indignação no mundo do samba. “A Mangueira vai ser a mais prejudicada porque temos grandes problemas de ordem financeira, que não são culpa do governador Pezão e, sim, de uma má administração anterior. Mas a gente vai pagar um preço muito alto”, queixou-se Chiquinho da Mangueira, presidente da Verde e Rosa. “Há 12 anos, esse patrocínio não falhava. Até entendo que o estado esteja passando por um momento de cortes no orçamento, mas o maior espetáculo da Terra lamenta a decisão do Pezão”, emendou o carnavalesco.
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A situação da Verde e Rosa é particularmente difícil por conta de dívidas trabalhistas que comprometem mensalmente o orçamento mensal da agremiação. Apesar do baque nas contas da escola, Chiquinho garante que a Estação Primeira de Mangueira apresentará um belo desfile na Marquês de Sapucaí e já anuncia que está à procura de parcerias. “O nosso Carnaval está orçado em R$ 9 milhões e não faremos nenhum corte. Todas as nossas alegorias e fantasias vão estar perfeitas na Avenida. Temos 20 dias para recuperarmos esse recurso perdido. Estou em busca de patrocínio”, anunciou o presidente da escola.
“O grande problema é que fomos pegos de surpresa, esse corte poderia ter sido anunciado antes. A Mangueira, devido a acordos feitos na Justiça para pagar dívidas trabalhistas e com encargos, como INSS e FGTS, já começa cada mês com R$ 200 mil para pagar. A nossa situação é delicada, mas a Mangueira não vai para a Sapucaí apenas para participar do desfile, vai para brilhar”, afirmou Chiquinho.
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Conta não vai fechar, prevê Grande Rio
?Ney Filardi, presidente da agremiação da Ilha do Governador chegou a fazer um apelo ao governador Luiz Fernando Pezão. “Espero que ele se sensibilize, mude de ideia, faça um esforço e dê esse recurso para as escolasde samba”. Ao contrário de Filardi, Chiquinho da Mangueira não tem essa expectativa. “O governador já bateu o martelo. Nesse sentido, não há mais nada a fazer”.
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Nem a Grande Rio, conhecida por ser uma escola de samba rica, ficou indiferente ao corte. Ricardo Fernandes, diretor de Carnaval da agremiação de Duque de Caxias, também lamenta a perda do subsídio. “O Carnaval de todas as escolas fica prejudicado sem esse dinheiro. Já era uma verba que não sofria aumento há anos e agora é zerada, subtraída. A conta não vai fechar”, prevê.
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