Por paloma.savedra
Rio - Apesar de descartar o racionamento de água "por enquanto", o governador Luiz Fernando Pezão afirmou, nesta quarta-feira, em Brasília, que se a estiagem continuar no Rio, poderá tomar "medidas drásticas". Pezão não detalhou quais ações poderiam ser feitas, mas também voltou a afirmar que não haveria cobrança de sobretaxas da Cedae, pelo menos até fevereiro.
A declaração foi dada no início desta tarde, após uma reunião com a presidenta Dilma Rousseff para apresentar um plano emergencial que amenize a crise hídrica no estado. A proposta apresentada à presidenta foi elaborada por técnicos da Cedae e da Secretaria estadual do Ambiente.
Pezão falou com a imprensa após se reunir com a presidenta Dilma Rousseff e afirmou que senão chover%2C governo terá que tomar "medidas drásticas"Divulgação

Pezão também apresentou um programa de reflorestamento das margens dos rios Paraíba do Sul e Guandu, além do projeto de saneamento da Região Metropolitana do Rio.

Publicidade
Em meio à crise hídrica no estado, um acordo entre os governos do Rio e São Paulo poderá agravar ainda mais o quadro na região fluminense. Conforme O DIA publicou nesta quarta-feira, a transposição de parte da água do Paraíba do Sul para atender São Paulo, acordada pelos governadores Luiz Fernando Pezão e Geraldo Alckmin, vai prejudicar o abastecimento do Rio e aumentar o custo da energia. 
As informações constam dos relatórios apresentados em 2013 ao governo fluminense por pesquisadores do Laboratório de Hidrologia e Estudos de Meio Ambiente (Coppetec) da UFRJ, contratados pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
Publicidade
Obra de transposição diminuirá em 4,2% capacidade de geração de energia
Publicidade
O relatório estimou que a obra, cuja licitação está marcada para esta sexta-feira, diminuirá em 4,2% a capacidade de geração de energia dos reservatórios da principal bacia hidrográfica do estado. Essa queda de capacidade, provocada pela menor vazão do rio, teria um impacto de R$ 20 milhões por ano para as geradoras e distribuidoras de energia.
Os estudos, apresentados à direção do Inea e a representantes da Secretaria Estadual do Ambiente, foram, em seguida, reforçados em documentos do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (Ceivap).
Publicidade
Agora ignorado pelo governo estadual, o relatório alerta que a alta dos custos pode ser ainda maior pelo possível acionamento de termelétricas — para suprir a demanda. Além disso, não foi considerado o impacto da diminuição da vazão do Paraíba do Sul sobre o Complexo Hidrelétrico de Lajes, no Rio, operado pela Light.
Até novembro do ano passado, o governador Pezão era contra a obra. E afirmou que “nenhuma autoridade tomará decisão que prejudique o Rio”. Não é o que consta nos relatórios técnicos da área ambiental do governo do estado.
Publicidade
Procurado, o Inea afirmou que a Secretaria do Ambiente se manifestaria, porém, o órgão não respondeu. A Agência Nacional de Águas (ANA), o Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS), Light e Furnas não se manifestaram. A Agência Nacional de Energia Elétrica afirmou não ser sido consultada para a obra e que analisará o caso.

Publicidade