Rio - Mais três casos de balas perdidas foram confirmados nesta quarta-feira pela polícia, aumentando para 21 o número de vítimas em apenas 12 dias no Rio e na Região Metropolitana. Nesta quarta-feira, o motorista de ônibus Márcio de Lima foi atingido quando dirigia o coletivo pela Rua Nelson Cardoso, na Taquara, e a 39ª DP (Pavuna) também confirmou que investiga as circunstâncias do ferimento à bala que atingiu as costelas de um menino, identificado apenas como Diego, de 6 anos, na noite de domingo, em Costa Barros. No dia 19, o ajudante de caminhão Gilmar Ribeiro da Silva, 26, foi atingido no braço dentro de um ônibus em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
A tentativa de saidinha de banco nesta quarta, na Taquara, deixou, além do motorista atingido pelo tiro, outras duas pessoas feridas por estilhaços de vidro de uma lanchote, quebrado por balas. Os feridos foram levados, segundo a Polícia Militar, para a UPA da Taquara e estariam fora de perigo.
Houve correria e tumulto, pois a região é muito movimentada. Segundo o comandante do 18º BPM (Jacarepaguá), tenente-coronel Rogério Figueiredo de Lacerda, equipes do batalhão realizaram buscas durante todo o dia, mas não conseguiram prender a dupla. Imagens de câmeras de região serão checadas por agentes da 32ª DP (Taquara) para tentar identificar os atiradores.
O menino Diego foi baleado no mesmo confronto entre traficantes que também feriu a adolescente Lilian Leal de Moraes, de 13 anos, na perna. Ele brincava na porta da casa da bisavó, na Rua Manhama, e foi socorrido por parentes. O garoto ainda está internado no Hospital municipal Jesus, em Vila Isabel e, segundo parentes, estaria fora de perigo.
Os repetidos casos de balas perdidas já deixaram pelo menos três mortos, dois deles, crianças. No dia 16, Larissa de Carvalho, de quatro anos, morreu após ser atingida por um disparo na cabeça, em Bangu, quando saía de um restaurante com dez parentes. O tiro que a atingiu veio de cima e entrou pelo alto da cabeça da menina, que morreu na hora.
Dois dias depois, o menino Asafe William Costa de Ibrahim, de 9 anos, foi baleado no olho dentro do Sesi de Honório Gurgel. Domingo, na Rocinha, Adrienne Solan do Nascimento, 21, morreu ao ser baleada no peito e no braço, em confroto entre PMs e bandidos. Ela foi enterrada terça-feira e parentes levaram cartazes pedindo paz.