Por marcello.victor

Rio - O Carnaval das escolas de samba do Rio já está, literalmente, na rua. Os carros alegóricos das sete agremiações da Série A, que abrem o desfile na noite desta sexta-feira, no Sambódromo, deixaram os barracões na Zona Portuária do Rio de madrugada, e já estão na pista central, sentido Praça da Bandeira, da Avenida Presidente Vargas. A pista central, sentido Candelária, será fechada às 11h. A Unidos de Bangu abre o evento às 21h, seguida de Em Cima da Hora, Império Serrano, Paraíso do Tuiuti, Parque Curicica, Porto da Pedra e Caprichosos de Pilares.

O cuidadoso trabalho de retirada das alegorias dos barracões e de marcha dos carros alegóricos começou por volta de meia-noite, com a interdição da pista sentido Centro da Via Binário; da pista central da Avenida Presidente Vargas, no sentido Praça da Bandeira e de parte do entorno do Sambódromo, e de vias da Zona Portuária. Não foram registrados incidentes durante o trajeto até a Avenida Presidente Vargas.

Carros alegóricos deixam barracões da Zona PortuáriaOsvaldo Praddo / Agência O Dia

A reurbanização da Zona Portuária e o apoio dos órgãos públicos tem tornado mais fácil a circulação dos carros alegóricos dos barracões até a área de desfile. A questão financeira tem sido o maior obstáculo para o Império Serrano, por exemplo.

"A saída das alegorias do barracão é fácil. O asfalto das vias está bem melhor. Só tivemos problema com a iluminação pública que está muito baixa devido às obras que estão acontecendo aqui na Zona Portuária. Mas temos que nos ajustar a isso", avaliou Leonardo Santos, da direção de Carnaval do Império Serrano, que coordenou durante a madrugada a retirada do barracão e o deslocamento das cinco alegorias da escola até a concentração na Presidente Vargas.

Há 41 anos trabalhando no Carnaval do Rio, o aposentado Sebastião da Conceição Costa Filho, o Tiãozinho, de 55 anos, atesta que os tempos atuais são outros quando o assunto é o deslocamento de ida e volta das gigantes alegorias. Os buracos, sinais de trânsito, a falta de apoio dos órgãos públicos, entre outros, dificultava e prolongada o vai e vem dos carros.

" Hoje o carro tá na mão, motorizado. Antigamente era na mão, no braço, suado, com a mão calejada embaixo de sol, não tinha reboque se enguiçasse. Hoje está tudo moderno. Agora a prefeitura está mais organizada, fecha ruas, dá apoio com agentes de trânsito. Já cheguei a levar 12 horas para levar de volta um carro da Caprichosos de Pilares para o barracão porque os agentes de trânsito na época davam prioridade ao tráfego do que pra gente", relembrou Tiãozinho, que além da Em Cima da Hora integrará a equipe de apoio da Unidos da Tijuca, bicampeão do Grupo Especial. Ele, porém, não deixará de torcer pela escola de coração, a Portela.

Homens que participam do transporte dos carros alegóricos para a SapucaíOsvaldo Praddo / Agência O Dia

Uma das vítimas dos tempos idos de dificuldades no deslocamento dos carros alegóricos eram os motoristas desse tipo de escultura, considerados verdadeiros heróis. Com a modernidade e os veículos movidos a motor, a maior apreensão fica para o dia do desfile.

"É uma atividade normal, igual a dirigir carro de passeio. A maior dificuldade mesmo é a pressão quando a escola está na avenida desfilando. Mas fazendo a coisa com gosto, tudo dá certo", disse animado Leandro José Nascimento, 37, que terá a responsabilidade de pilotar o carro número 5 da Em Cima da Hora. Há cinco anos dirigindo carros alegóricos, ele se orgulha de nenhum dos que dirigiu pelas escolas Estácio de Sá e Unidos da Tijuca nunca terem quebrado e de ser bicampeão por esta última.

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