Por paulo.gomes

Rio - No comércio improvisado, montado no Camelódromo da Rua Uruguaiana, sanduíches, salgados, bebidas, doces e... seda. Sim, o papel usado para enrolar cigarros de maconha não é apenas vendido no Centro do Rio, mas propagandeado. Os dois rapazes que montaram a barraca escreveram um cartaz, em letras garrafais, anunciando o produto, que não tem venda proibida, pois também é usado para se fazer cigarros de tabaco. Entretanto, é bem incomum encontrar um fumante de tabaco preparando manualmente um cigarro.

Barraca na Rua Uruguaiana vende anuncia a venda de seda%2C papel utilizado por usuários de maconha para enrolar a drogaOsvaldo Praddo / Agência O Dia

Os jovens - que acampam o bar informal às portas fechadas dos boxes do camelódromo desde quarta-feira passada - contaram que vendem muita seda. "É Carnaval, né? O pessoal compra direto", disse um deles, sem disfarçar o sorriso. Questionado se, neste período de uma semana trabalhando toda noite até o amanhecer do dia seguinte, a polícia não se incomodou com o cartaz, ele contou que não. "Tem até uns PMs que vêm lanchar aqui e nunca falaram nada".

Cinquenta metros distante do inusitado anúncio de seda, uma viatura do 5ºBPM (Praça da Harmonia) fazia o policiamento na calçada da Rua Uruguaiana, enquanto os últimos foliões do liberado Carnaval carioca passavam em direção às ainda lotadas praças da Cinelândia e Cardeal Câmara, nos Arcos da Lapa, na madrugada desta Quarta-feira de Cinzas.

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