Por nicolas.satriano

Rio - Eram 18h quando integrantes do movimento DIY (“Do It Yourself”, ou “faça você mesmo”, em português), se reuniram na última terça-feira. O encontro foi no Snakeside — nome dado à pista de skate em formato de cobra que fica próximo a uma das pontas da nova passarela que liga o Maracanã à Quinta da Boa Vista. Duas horas e meia depois, estaria pronto mais um aparelho para manobras, planejado, construído e pago pelos próprios skatistas.

O grupo, encabeçado pelo artista plástico Fábio Tirado, 38, e o engenheiro civil Eduardo Bairrinhos, 29, transforma nichos da paisagem urbana em áreas adequadas para o esporte.

Com dinheiro próprio%2C skatistas fizeram rampa embaixo da nova passarela Maracanã-São Cristóvão André Mourão / Agência O Dia

No currículo, algumas experiências de sucesso já provaram que o “faça você mesmo” cumpre a missão proposta. Como exemplo, Fábio cita a Praça do Ó, na Barra da Tijuca, e uma pista que fica próximo ao Clube de Regatas do Flamengo, na Lagoa. O segredo de toda essa “engenharia de rua” foi aprendido no YouTube. Para montar cada estrutura, eles gastam cerca de R$ 300 por obra.

Na última terça-feira, os skatistas obreiros foram à passarela do Maracanã para construir um novo corrimão, usado para deslizar com o skate. O espaço já tinha outros aparelhos, feitos pelo grupo. Um deles é uma inusitada mistura de rampa e churrasqueira.

Segundo a Secretaria de Municipal de Conservação, a prefeitura tem abraçado essas iniciativas. Caso das intervenções feitas nas praças do Ó, na Barra, e Guilherme da Silveira, em Bangu. Fábio e Eduardo têm agora que fazer uma outra manobra: regularizar as intervenções no Maracanã junto à prefeitura. “A gente tenta fazer da melhor maneira possível”, enfatizou Fábio.

Uma das intervenções foi feita na Praça do Ó%2C na Barra da TijucaPedro Macedo / Divulgação

Além deste projeto no Maracanã, outros dois tocados por Eduardo e Fábio estão em andamento. Um na Barra e outro em Realengo. Batizado de ‘Manguetown’, por estar próximo ao Canal do Mangue e do Shopping Downtown, na Barra, essa é uma pista que Fábio sonha ver pronta. Para isso, o artista plástico estima que serão necessárias ao menos mais dez intervenções, ou seja, um aporte de cerca de R$ 3 mil.

O local já atrai esportistas estrangeiros, como o peruano Chuyo Hernandez, 28, que se encantou com a iniciativa dos cariocas: “Eles fazem de boa vontade, e a galera toda é unida.”

Os encontros nestes espaços de lazer e confraternização, por vezes, invadem a madrugada, acompanhados de churrascos. Obviamente, a carne é preparada na churrasqueira-rampa.

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