Rio - ?Depois da greve de garis realizada em 2014, em pleno Carnaval, profissionais de limpeza urbana ensaiam outra paralisação por melhores condições salariais e de trabalho. De acordo com a Sindicato dos Empregados de Asseio e Conservação do Rio de Janeiro, a proposta de reajuste salarial anual de 3% feita pela Comlurb, caso não seja negociada até o dia 31, pode culminar em um novo cruzar de braços. No ano passado, a atitude fez com que o piso da categoria subisse de R$ 803 para R$ 1.100.
O vice-presidente do Sindicato, Antonio Carlos da Silva, informou que, desta vez, o pleito da categoria é por aumento igual ao atual índice de inflação anual (7,7%), além de 40% de acréscimo no adicional de insalubridade. Um vale-alimentação de R$ 27 por dia também é requerido. A pedida, considerada alta pelo próprio Sindicato, deve ser reduzida. “Se pararmos, será de forma organizada, cumprindo as exigências da Lei de Greve, e não como em 2014, quando a cidade ficou imunda”, disse Antônio Carlos.
Nesta quinta-feira, uma assembleia decidirá os rumos da negociação. Ao todo, de acordo com o sindicato, 24 mil funcionários, em diferentes cargos, podem entrar em greve geral. De acordo com a Comlurb, a empresa encontra-se disposta a debater e negociar valores.
Em 1º de março de 2014, em pleno sábado de Carnaval, os garis do Rio cruzaram os braços e iniciaram uma greve que se estendeu por mais sete dias, mesmo com os desfiles de blocos carnavalescos. A greve não foi liderada pelo sindicato que negocia desta vez. O movimento começou com uma dissidência de 300 trabalhadores que não concordaram com as negociações feitas pelo entidade em fevereiro e, rapidamente, ganhou a adesão em massa da classe. O pedido era por um salário-base de R$ 1.200, além do adicional de insalubridade e outros benefícios. As ruas, principais palcos da folia, acumularam montanhas de lixo. O aumento foi de 9% no salário, que junto com o adicional de insalubridade chegaria a R$ 1.224,70. O valor do auxílio alimentação diário subiu de R$ 12 para R$ 20.