Rio - A palavra de ordem em 2015 é "crise" e, para começar a lidar com ela de alguma forma, a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) instaurou nesta quarta-feira Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o quanto que o estado do Rio perdeu com a "má gestão" da Petrobras.
A ideia é que o primeiro depoimento na CPI seja do presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Jonas Lopes, na próxima quarta-feira, para que ele dê um panorama do atual impacto dos problemas da estatal nas receitas do Rio. O presidente da companhia Aldemir Bendine também pode ser convidado para depor.
Na última semana, O DIA mostrou, numa série de reportagens, os impactos que a greve crise da empresa e do preço do barril do petróleo estão trazendo para o Rio. "A Petrobras está no Rio, então eles têm obrigação de vir aqui.A empresa não morreu, segue investindo, mas a grande parte tem que continuar sendo no Rio", afirmou.
Delações premiadas, políticos investigados e escândalos de corrupção, termos habituais da CPI em andamento na Câmara federal, passarão longe da Alerj. Segundo o presidente da Comissão no Rio, deputado Edson Albertassi (PMDB),o objetivo é "investigar os impactos nas áreas social, econômica e ambiental"."Se houver punições, serão administrativas. O objetivo é que o Rio consiga recuperar o que perdeu graças à má-gestão da Petrobras", afirmou o parlamentar.
A CPI conta com os deputados Comte Bittencourt (PPS), como vice-presidente, Luiz Paulo (PSDB), como relator, e Paulo Ramos (PSol), Bruno Dauaire (PR), Jânio Mendes (PDT) e André Ceciliano (PT).
Segundo Albertassi, a obra Complexo Petroquímico de Itaboraí (Comperj) será o "ponto principal da CPI". "Uma série de penalidades poderão ser aplicadas. O Estado deu incentivos ficais para as obras, pediu contrapartidas. Acho que a empresa não está cumprindo", resumiu. "O debate vai esquentar mais ainda". A CPI terá prazo de 90 dias, prorrogáveis por mais 60.