Por victor.duarte

Rio - O ano letivo é novo, mas os problemas no Colégio Estadual Souza Aguiar, na Lapa, são antigos. Desde 2013, quando avançaram as obras do novo edifício comercial da Even na Rua dos Inválidos, começaram a surgir rachaduras em diversas partes da escola. Estudantes da instituição estão preocupados, pois acreditam que o prédio corre o risco de desabar. Como se não bastasse, segundo a Secretaria de Estado de Educação, o barulho do maquinário utilizado pela construtora é alto e atrapalha o andamento das aulas.

Enquanto obras no Colégio Souza Aguiar não forem feitas%2C alunos continuarão vendo a quadra da escola pelas gradesLeitor O Dia

Nesta semana, O DIA entrou em contato com a Defesa Civil Municipal, que enviou um engenheiro até o local para realizar uma vistoria. Na escola, foram observadas trincas na laje da quadra poliesportiva e afundamento do piso na divisa lateral esquerda, porém, de acordo com o órgão, “não há impedimento ao uso e habitabilidade da unidade escolar”.

Segundo laudo técnico, não há risco de desabamento, mas, “por precaução, a quadra da escola foi interditada, uma vez que os alunos poderiam tropeçar nas rachaduras”, afirmou a Secretaria de Estado de Educação. “Representantes da construtora e do colégio foram orientados sobre a realização das reformas necessárias”, disse a Defesa Civil.

Even não dá prazo para começar obras de reparo em escola

Inconformados com os problemas recorrentes na instituição de ensino, estudantes realizaram uma manifestação em frente ao colégio nesta sexta-feira. A Diretoria Regional Metropolitana VI disse que os reparos na quadra e a reconstrução da cozinha do Colégio Estadual Souza Aguiar serão feitos pela empresa responsável pela obra do prédio vizinho, a Even Construtora e Incorporadora.

Rachaduras podem ser vistas em várias partes da escolaLeitor O Dia

Em nota, a direção informou ainda que, no último sábado, “um engenheiro da empresa esteve na escola para avaliar as rachaduras, mas não deu uma previsão para o início das intervenções”, no entanto, afirmou, na última quarta-feira, que entraria em contato com o gerente responsável pela obra para cobrar um prazo.

Procurada pela reportagem, a Even também enviou nota. No comunicado, a empresa alegou que “mantém diálogo permanente com a direção do Colégio Estadual Souza Aguiar, desde o início das suas atividades no terreno, e sempre se dispôs a solucionar eventuais transtornos causados pela obra”, o que de fato é verdade, já que, de acordo com a Secretária de Estado de Educação, quando as primeiras rachaduras surgiram na quadra poliesportiva, uma obra realizada pela empresa reparou os danos. No entanto, no ano seguinte, as trincas surgiram novamente e se expandiram para outras áreas do colégio, afetando até a cozinha que estava sendo construída no local.

Prédio comercial da Even está sendo construído ao lado do Colégio Estadual Souza Aguiar%2C na Rua dos InválidosGoogle Maps

Ainda em seu comunicado oficial, a construtora falou que fez vistoria, na quinta-feira, na escola para identificar os danos que ocasionou e disse que já definiu quais são os reparos necessários. Segundo informou a Even, a construtora “acordou com a escola que apresentará o cronograma de execução de tais reparos, reiterando seu empenho para minimizar o impacto nas atividades escolares”. Contudo, enquanto tais obras não saírem do papel, os alunos do Colégio Estadual Souza Aguiar terão que se contentar em praticar as atividades das aulas de educação físicas no pátio da instituição.

Questionada sobre o alto barulho do maquinário utilizado pela construtora, a Secretaria de Estado de Educação falou que, no ano passado, solicitou à Even que reduzisse o tempo de utilização do maquinário no horário escolar. “Inicialmente, o acordo foi cumprido”, disse a secretaria, ressaltando que reforçará o pedido.

Você pode gostar