Por nicolas.satriano

Rio - Os números da violência em fevereiro, divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), trouxeram uma boa e uma má notícia. Se os homicídios dolosos caíram cerca 33% em comparação com o mesmo mês do ano passado, os autos de resistência, quando quem mata é a polícia, subiram quase 50%.

Segundo o ISP, a queda de 482 assassinatos para 324 no segundo mês de 2015, é ainda mais significativa, pois o indicador de homicídio doloso teve, em fevereiro, o menor número de vítimas de toda a série histórica para o período. Em 1991, por exemplo, quando foi iniciado o estudo, 732 pessoas foram assassinadas no estado. A comparação deste número recorde com o mesmo mês deste ano, mostra uma queda de 55,74%.

“É muito positivo que os homicídios tenham caído em janeiro e fevereiro, mas precisamos manter a cautela para averiguar se realmente é uma tendência. Tivemos, nos últimos anos, uma queda acentuada em 2012, mas em 2013 e 2014, esses números voltaram a subir, portanto, ainda é cedo para comemorar”, avaliou a cientista social Silvia Ramos, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) da Universidade Cândido Mendes.

O aumento dos autos de resistência de 56 registros em fevereiro de 2014 para 83 casos mês passado, não foi a única notícia negativa no balanço do ISP. Segundo os dados do instituto, os roubos de rua — somatório dos roubos a pedestres, em ônibus e de celular — subiram 3,3% no período, saltando de 7.637 registros para 7.889 casos.

Queda significativa registrada em fevereiro foi a de estupros. Em 2014, foram computados no mês 555 casos e este ano foram 346 registros. A redução foi de quase 38%. Caíram expressivamente também o número de roubos de veículos em 17,6% (3.025 casos para 2.494) e de roubo a residências em 44,3% (140 para 78).

Segundo o ISP, outro indicador que apresentou queda, o de homicídio culposo no trânsito, teve o menor número de vítimas fatais de acidentes nos últimos 15 anos no estado, registrando 134 vítimas no mês. Percentualmente, a redução foi de 19,3% (166 para 134).

Em relação à produtividade policial, aumentou o número de apreensões de drogas (9,8%); de armas (1,3%); de cumprimento de mandado de prisão (13,5%); de prisões (8%) e de apreensões de menores (1,6%). Já os dados de recuperação de veículos roubados mostraram queda na produtividade, caindo de 2.167 casos para 1.969 (-9,1%).


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