Rio - A Câmara de Vereadores do Rio acaba de rejeitar a alteração do nome do Estádio Olímpico João Havelange para Estádio Nilton Santos, troca defendida pela torcida do Botafogo, arrendatário do local. A discussão foi ríspida entre os parlamentares, o projeto de lei acabou arquivado e a sessão foi suspensa após o debate.
De autoria dos vereadores Paulo Pinheiro e Renato Cinco (Psol) e Marcelino de Almeida (Pros), o projeto de lei foi elaborado a partir de uma solicitação do presidente do Botafogo Carlos Eduardo Pereira, como forma de homenagear o ídolo botafoguense, morto em 2013. Antes, a bancada do Psol havia proposto a troca do nome de João Havelange para João Saldanha, jornalista esportivo falecido em 1990 e apaixonado torcedor do clube de General Severiano.
"As pessoas queriam ter o Nilton Santos batizando o estádio, mas isso não foi suficiente para esta casa.Hoje, o João Havelange foi o grande vencedor da sessão. O Jairinho (líder do governo) disse que o prefeito Eduardo Paes não queria fazer uma 'descortesia' com o João Havelange e não tinha vontade em mudar", declarou Paulo Pinheiro. Atualmente, a torcida já se refere carinhosamente ao estádio como "Niltão", em referência ao ídolo.
Em seu discurso, o vereador Cesar Maia (Dem), prefeito à época da inauguração do estádio, criticou veementemente o projeto de mudança do nome. "Mudar o nome seria uma calamidade para o Rio de Janeiro. Um absurdo! Lembro-me que foi o discurso de João Havelange o responsável pela conquista dos Jogos Olímpicos. Seria manchete no mundo todo tirarem essa homenagem às vésperas da Olimpíada", enfatizou.
O vereador Leonel Brizola Neto (PDT) acusou João Havelange, que foi presidente da Fifa, de corrupção. "Não há nada que vá manchar o Rio se tirar a homenagem. Pelo contrário, acho que o que mancha a cidade é permanecer num estádio construído com dinheiro público uma pessoa que confundiu o público com o privado.", disparou.