Por adriano.araujo

Rio - Um dia após anunciar um pacote de medidas para reduzir o número de fraudes na utilização do Bilhete Único Intermunicipal nos transportes, uma delas, a biometria, tem causado polêmica. Utilizado em Niterói para controlar as gratuidades de idosos e portadores de deficiência em abril de 2014, o sistema foi suspenso a pedido do Ministério Público oito meses depois.

O secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osório, rebateu em entrevista ao programa CBN Rio que o insucesso do município não se repetirá na cidade do Rio. "Não vamos implementar o mesmo sistema que foi implantado em Niterói e deu errado. Existem tecnologias melhores, não vamos implementar algo que não funciona. Seria burrice da nossa parte. Faremos testes antes de implementar. Não vamos ficar inertes a um sistema que hoje sabemos tem problemas", disse.

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Em Niterói%2C a exigência de biometria para concessão de gratuidade foi suspensa pela Justiça%2C mas os cartazes continuam pela cidade André Mourão / Agência O Dia

Questionado novamente sobre a eficiência do sistema com o argumento que o mesmo causaria grandes transtornos no dia a dia, devido a dificuldade de leitura da biometria, além do custo que geraria. Osório voltou a defender a medida. "Uma das maneiras de evitar fraudes é o controle biométrico. E será implantado a custo do operador do sistema. Eles terão essa obrigação."

No caso de Niterói, a Promotoria de Justiça de Proteção ao Idoso e à Pessoa com Deficiência de Niterói alegou na época que o cadastramento dos usuários exigia “enormes sacrifícios, deslocamentos, sofrimentos, humilhações”. Atualmente, os ônibus do município rodam equipados com o aparelho de biometria que ficam desligados.

Ao conversar com passageiros se entende rapidamente o motivo da suspensão. A aposentada Mauricéia Batista, 65, é contra o sistema. Ela explicou que os idosos têm de repetir a validação da digital diversas vezes até conseguir. “É uma humilhação”, disse. Osorio afirmou, no entanto, que a tecnologia que será usada para o BU será mais eficiente.

?Com informações de Gustavo Ribeiro

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