Por nicolas.satriano
Zelly Vidal%2C mãe da vítima%2C e Tabachi%2C ao fundo%3A “é a justiça divina”Agência O Dia

Rio - “Alívio!” Essa foi a sensação de Zely Vidal, de 70 anos, ao ouvir a confissão de um dos envolvidos no julgamento dos supostos assassinos de seu filho, o bancário Marcelo Vidal, 28. A audiência que julgou a viúva de Vidal, Anny Viana, 35, apontada como a mandante do homicídio, e Sandro Tabachi começou na tarde de ontem, no 2º Tribunal do Júri, no Centro do Rio.

Os outros envolvidos no processo, o suposto atirador, conhecido como Galinha, e Alessandro Tabachi de França, irmão de Sandro, foram mortos por traficantes. Anny era a única beneficiária de um seguro de vida da vítima, avaliado em R$ 380 mil.

Até então, os dois réus negavam qualquer participação no caso. A surpresa aconteceu no depoimento de Tabachi. Ele mudou sua versão e confessou o envolvimento no assassinato. “Vou falar a verdade, só a verdade. Ela me procurou pedindo que eu fizesse um serviço”, declarou. O serviço era a morte de Vidal. “Eu não fazia, mas chamei meu irmão, e ela combinou com ele”, descreveu Tabachi.

“Estou esperançosa. Ela vai pagar pelo crime que cometeu”, disse a mãe do bancário, se referindo à ex-nora. Em abril de 2008, Vidal foi morto com um tiro na nuca, numa emboscada no Andaraí.

Tabachi detalhou aos sete jurados, que ouviram ainda testemunhas e amigos da vítima, além dos depoimento dos dois réus do caso, que Anny pagou R$ 3 mil. O montante foi dividido entre ele, o irmão e o suposto atirador.

Com o novo depoimento, Zelly acredita que Anny será considerada culpada. “Foi uma surpresa, mas isso é a justiça divina”, disse Zely. Desde a morte de Vidal, ela encontrou conforto em cartas psicografadas pelo filho. “Ele me disse para confiar, que se a justiça dos homens não fizer, a de Deus vai fazer. Mas eu confio na justiça dos homens”, afirmou.

Sobrevivente do Sumaré dá detalhes

Testemunhas do caso Sumaré foram ouvidas, nesta terça-feira, na Auditoria de Justiça Militar. O jovem sobrevivente, Mateus dos Santos, que se fingiu de morto, contou com detalhes a ação dos policiais.

“Ele gritava: ‘Ceguinho, Ceguinho’, e logo depois os policiais deram muito tiro nele”, descreveu o rapaz o momento em que os agentes teriam executado outro adolescente.

Os PMs envolvidos, Fábio Ferreira e Vinícius Vieira, respondem por sequestro e cárcere. O processo aguarda a defesa apresentar testemunha para marcar nova audiência.

Reportagem de Flora Castro

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