Rio - Na visita dos Bolsonaro ao Alemão, policiais militares se queixaram das condições de trabalho no local. “Há muitas queixas sobre a quantidade de efetivo, que é muito pequena", disse Flávio, que é deputado estadual. "Muitos policiais são ensinados no curso de formação para agirem com táticas de proximidade, mas chegam aqui veem um clima de guerra. Muitos não têm arma de uso próprio. Da entrada da favela até a base da UPP, eles estão desarmados. Na volta a mesma coisa”, ressaltou.
Os policiais se queixaram ainda da mudança na escala de serviço - que era de 24 por 72 horas e foi modificada para 12 por 24 horas. "Às vezes, na folga, ele também trabalha. Isso desgasta qualquer profissional. Ainda mais nessa tensão", disse ele, apesar do clima relativamente calmo na tarde de sexta-feira. “Quando há reforço do Choque e do Bope há certa tranquilidade”, disse Eduardo, que é deputado federal.Os dois parlamentares chegaram de motorista na comunidade do Alemão, pegaram o teleférico e andaram pela comunidade Nova Brasília escoltados por quatros policiais militares. “Está acontecendo uma oitiva da Comissão de Direitos Humanos junto aos moradores. O intuito aqui é fazerr um trabalho complementar. Os policiais, que são os agentes mais importantes da segurança pública, muitas vezes acabam esquecidos”, disse Flávio.
Logo na subida da comunidade, no entanto, os deputados ouviram críticas à PM por parte de um comerciante. “Eles agem como se todos fossem bandidos. Ameaçam, agridem, nos colocam contra a parede. Sem contar que estão mandando a gente fechar as lojas às 22h. Senão seguirmos essa recomendação, eles mesmos saem baixando a porta”.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro defende os policiais. “Ninguém ouve os PMs, que também são humanos. Os chamados direitos humanos só escutam o outro lado”, afirmou Eduardo, mostrando a base da UPP do Alemão com várias marcas de tiro.