Rio - No rol de reclamações ouvidas nesta sexta-feira por Marcelo Freixo, não faltaram relatos emocionados e confissões de medo. Moradores e comerciantes voltaram a relatar toque de recolher a partir das 21h, conforme denunciado ontem pelo DIA. Porém, durante a reunião, em ambiente mais formal, os comerciantes preferiram se limitar a narrar prejuízos decorrentes de portas fechadas e abusos de poder.
“O movimento de clientes não é mais o mesmo por conta da violência. Os prejuízos fizeram com que eu reduzisse o número de funcionários e fechasse uma das minhas lojas”, disse o empresário Bruno Areias, dono de um depóstio de bebidas na região. Abusos de poder e uso de violência em abordagens policiais também foram relatados.
A continuidade de projetos sociais na região e melhor treinamento dos policiais dominaram os pedidos. “Quantos projetos educativos e sociais já foram inaugurados? Quantos deles continuam em atividade?”, questionou uma das moradoras.
Representando a Comissão de Direitos Humanos da Alerj, que preside, o deputado juntou relatos que serão tratados em Audiência Pública no dia 4 de maio. De acordo com Freixo, outra audiência, no dia 19, tratará exclusivamente das condições de trabalho de policiais em áreas de UPP. Também está programada uma visita às escolas da região, ao lado do deputado Comte Bittencourt, presidente da Comissão de Educação da casa legislativa. “Precisamos conferir o percentual de evasão, bem como levantar quantos dias as unidades abriram as portas este ano”, explicou Freixo.</CW>
O deputado disse acreditar que não há espaço para polarização no discurso. “Não concordo com a ideia de que se deve estar ao lado da polícia ou dos moradores. Tenho recebido muitas demandas de PMs, reclamando das suas escalas de serviço, da insegurança que vivem nas instalações e da falta de treinamento. O assunto será tratado com a mesma dedicação”, garantiu.</CW>