Por nicolas.satriano
No Mosteiro de São Bento%2C monge aponta o local onde Dom Estêvão foi sepultadoBruno de Lima / Agência O Dia

Rio - No dia que se completam sete anos da morte de Dom Estêvão Tavares Bettencourt, a Igreja Católica começa a coletar assinaturas para dar início ao processo de beatificação do monge beneditino. Uma missa vai acontecer, às 19h, na Igreja Nossa Senhora de Copacabana, em memória ao religioso. Carioca, ele morreu aos 89 anos em decorrência de um e um infarto agudo do miocárdio. Para muitos fiéis, sua vida foi um exemplo de amor e doação à Igreja.

Depois da fase de coletas de assinaturas, é necessário reunir depoimentos das virtudes do monge. Todo material é encaminhado ao Vaticano, que dá o veredito Para Dom Estêvão ser considerado beato, tem que ser comprovado pelo menos um milagre com sua intercessão. Só após a beatificação, que ele poderá ser considerado santo.

O monge entra numa lista que já tem outros cariocas: a estudante Odetinha, o médico e seminarista Guido Shaffer e o casal Jerônimo e Zélia Magalhães. Os quatro são considerados Servos de Deus, porque os processos de beatificação já começaram.

A vida do religioso, que, na verdade, chama-se Flávio, foi toda dedicada à Igreja, o que fez com que ele se tornasse um dos intelectuais católicos mais respeitados do país. A mudança para o nome Estêvão ocorreu no noviciado, e era uma homenagem ao primeiro mártir da Igreja Católica.

Dom Estêvão entrou para o mosteiro em 1936, após concluir os estudos no Colégio São Bento. A convivência com monges, que eram seus professores, despertou nele o interesse pela vida monástica. Sua inteligência chamou atenção do Abade Dom Tomás Keller, que o enviou para Roma, em 1937.

O religioso é um dos intelectuais católicos mais respeitados do paísMárcio Mercante / Arquivo Agência O Dia

Considerado um religioso conservador, ele era contrário à Teologia da Libertação. Excepcional escritor e de profunda erudição, dormia poucas horas por noite e mal se alimentava, para ficar lendo e desenvolvendo pensamentos sobre a igreja.

“Na véspera da sua morte, pediu a um irmão papel e lápis, porque tinha muitas coisas para escrever. Sempre rezava o rosário antes de dormir. E dormindo, partiu... Fomos direto para a Igreja e nunca vi algo mais simples e santo. Um caixão pequenino perto do altar, na nave. Tão magrinho, miudinho, seu corpo parecia uma vela que se consumiu. Mas, o semblante era de tanta paz, que eu fiquei encostada numa parede, muito tempo sem conseguir entender. Aquele corpo morto parecia estar vivo”, relatou a médica Márcia Basilone.

Uma das obras mais conhecidas de Dom Estêvão é a revista ‘Pergunte e Responderemos’, que começou a circular em 1957. Na publicação, ele respondia sobre filosofia, moral e religião. Para homenageá-lo, a Livraria Lumen Christi vai distribuir durante a missa de hoje 200 exemplares paras os fiéis.

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