Rio - Após afirmar que tinha informações de que "o menino era bandido", se referindo a Eduardo de Jesus Ferreira, criança assassinada com um tiro na cabeça, no Complexo do Alemão, no dia 2 de abril, o coordenador da ONG Afro Reggae, que atua na comunidade, José Junior associou as críticas que recebeu a um mal-entendido. Para ele, a morte de Eduardo e a dor da mãe, Terezinha Maria de Jesus - que afirmou que irá processar o coordenador pelo depoimento, estão sendo usadas para que sejam feitos ataques pessoais ao próprio gestor do Afro Reggae.
"Quem me conhece sabe que eu nunca afirmaria que uma criança merece morrer. Assim como não acusaria, sem provas, que o menino estaria envolvido com o crime. Digo e repito: mesmo que ele estivesse ligado ao crime, não merecia ser vítima dessa violência! Como eu, uma pessoa que trabalha há mais de 20 anos com projetos e reintegração social, iria ser a favor da violência contra uma criança?", destacou Junior.
Na noite desta quarta-feira, Terezinha afirmou na porta da Divisão de Homicídios (DH) da capital que pretende processar José Júnior, coordenador do AfroReggae pelas declarações dadas. Após a repercussão negativa, o coordenador da ONG excluiu a frase do texto, depois, apagou toda a postagem.
Mãe de Eduardo diz que vai processar coordenador do AfroReggae
"Quero mandar um recado para o José Junior, que disse que meu filho é bandido. Bandido é ele. Meu filho estudava e participava de projetos da escola. Nunca se envolveu com o tráfico. Ele era muito bom. Bandido não estuda e não tira nota dez. Ele disse também que meu marido mexia com coisa errada, só que meu marido trabalhava com carteira assinada. Vou processá-lo por isso", disse Terezinha.
Na DH, a mãe negou mais uma vez que tenha havido confronto no momento da morte do filho. Diz que consegue reconhecer o policial que disparou contra Eduardo e voltou a afirmar que houve um diálogo entre ela e o PM afirmando que também a mataria.
