Por adriano.araujo

Rio - Conhecido como “ Terror do Ingá” e dono de uma extensa ficha criminal, o traficante Alexander da Silva Júlio, o Lequinho Capeta, morreu após troca de tiros com policiais do 12º BPM (Niterói), na noite de domingo, no Morro do Estado, no Centro de Niterói. O bandido era um dos líderes do Terceiro Comando Puro (TCP) e já havia sido condenado por execuções a rivais e tráfico de entorpecentes. Ele estava foragido. Na mesma ação, o soldado Wagner Proença, atingido na perna durante confronto, também morreu. Um fuzil foi apreendido.

Na Praça do Rink, no centro, perto de um dos acessos ao Morro do Estado, o comércio fechou as portasFoto enviada por leitor @Prcost

Na tarde de domingo, o comércio em torno do Morro do Estado fechou as portas, supostamente por conta de ordens de homens que circulavam de moto pela região. Como resposta, o 12º BPM fechou o cerco nas outras comunidades controladas pelo TCP em Niterói. Segundo o comandante do batalhão, coronel Gilson Chagas, nas incursões, cinco homens foram presos e drogas e cinco armas acabaram sendo apreendidas nos Morros do Pimba e Santo Cristo, no bairro do Fonseca.

O soldado da PM%2C Wagner Proença%2C morreu após ser baleado durante confronto com traficantes no Morro do Estado%2C em Niterói. Ele era casado e tinha uma filha de 2 anosReprodução Facebook

“A melhor resposta que podemos dar à morte de um dos nossos homens é reprimir intensamente esta facção que, apesar de não ser a mais atuante de Niterói, se comunica bastante e age em conjunto. O policiamento continuará reforçado”, disse o comandante.

Nos últimos tempos, o traficante se dedicava, sobretudo, a arrastões em estabelecimentos comerciais da Região Oceânica de Niterói. Segundo dados do Disque-Denúncia, Lequinho Capeta, em abril de 2011, participou do assassinato a tiros de dois primos diante da família deles, em uma rua que dá acesso ao Morro do Estado. Cerca de um ano depois, ele se entregou na 76ªDP (Niterói), quando era acusado de comandar um arrastão em um restaurante no bairro de São Domingos, onde 30 clientes da casa foram vítimas.

A influência de Lequinho se estendia aos Morros da Chácara e do Arroz. A recompensa por informações que levassem à sua captura era de R$ 1 mil. O caso foi registrado na 77ª DP (Icaraí), que investiga o caso.

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Soldado atingido na perna não resistiu à cirurgia

Atingido na perna, o soldado Wagner Proença chegou a ser submetido a uma cirurgia no Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, mas não resistiu à hemorragia e morreu durante a operação. O policial militar era casado e tinha uma filha de apenas dois anos de idade.

Wagner foi sepultado na tarde de ontem, no Cemitério Parque da Paz, em São Gonçalo, sob honras militares. O comandante Gilson Chagas lamentou a perda no quartel. “Era um excelente policial, com destaque dentro do batalhão pela honestidade e seriedade”, afirmou.

Em seu perfil no Facebook, a viúva de Wagner escreveu uma despedida emocionada. “Você foi e sempre será a pessoa mais importante que entrou em minha vida. Um marido exemplar, um pai amoroso e dedicado. Não tenho palavras para descrever esse momento tão difícil”, escreveu.

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