Por tiago.frederico

Rio - Cerca de 4 mil fiéis participaram ontem das homenagens a São Francisco de Paula, protetor dos jornaleiros e marinheiros, na paróquia erguida há 60 anos, na Barra. O ponto alto da festa foi a missa celebrada pelo Cardeal Arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, e mais seis padres, entre eles, o pároco Frei Dino. Dom Orani disse que os devotos devem se espelhar na vida de São Francisco de Paula diante da violência que castiga o Rio e outras metrópoles.

Cardeal arcebispo do Rio%2C Dom Orani Tempesta%2C celebrou neste domingo uma missa em homenagem a São Francisco de Paula%2C padroeiro dos jornaleiros e dos pescadoresSeverino Silva / Agência O Dia

“Ele (São Francisco) foi um guerreiro na luta pela paz, de forma radical, mas sem perder os valores cristãos. Hoje, sua vida de graça nos dá sinais de como viver com amor e contra a violência”, disse o arcebispo, lembrando ainda que São Francisco de Paula é chamado também de O Eremita da Caridade, por ter se dedicado integralmente em vida ao socorro ao próximo.

GALERIA: Fiéis lotam missa em homenagem a São Francisco de Paula

Emocionados, devotos nascidos na Itália, mas que vivem há anos no estado, justificaram a fé. “Por intercessão de São Francisco de Paula me curei de um câncer na garganta em 2010. Não tenho palavras para agradecer”, ressaltou Ângelo Giglio, 79 anos, há 44 dono de uma banca em Niterói. “Me orgulho de ter ajudado a fundar esta igreja”, afirmou o jornaleiro, Pietro Polizzo, 83.

FÉ UNE GERAÇÕES

O vice-cônsul da Itália no Rio, Simone Baráglia, e a esposa, Alessia Pasquali, destacaram a importância dos festejos em honra ao santo italiano. “Somos 50 mil italianos no Estado do Rio e 30 milhões no Brasil. A fé ajuda a reunir diversas gerações”, resumiu Simone.

Segundo o presidente do Sindicato dos Jornaleiros do Rio, Francisco Scofano, o santo é originário da região da Calábria, de onde partiram muitas famílias que vivem no Brasil. “Só na capital carioca, das 2,5 mil bancas de jornais, 1,5 mil são de italianos ou de filhos de italianos. Por isso temos São Francisco de Paula como protetor. É uma santa tradição”, explicou Scofano.

Frei Dino lembrou que a união dos jornaleiros ajudou a construir a igreja. “Em 1972 eu ia por toda a cidade recolher as doações. Escondidas nessas paredes estão muitas lágrimas, suor, sacrifícios e abnegações”, recordou. A programação religiosa começou sexta-feira e terminou ontem, com 12 barracas de comidas e bebidas típicas da Itália. A renda obtida será revertida para as obras sociais da igreja.

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