Por tabata.uchoa

Rio - Atletas que vão participar do do Circuito Mundial de Surfe, a partir da segunda-feira que vem, na Praia da Barra, na altura do Pepê, vão ter que contar com boa dose de sorte. Além de evoluir sobre as ondas, eles terão que enfrentar a poluição que sai das lagoas através do Quebra-mar. Segundo análises do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), no trecho onde acontecerá a competição, a água está imprópria há semanas.

A poluição nas praias oceânicas já tirou São Conrado da competição — o local tinha sido escolhido para ficar como segunda opção caso não houvesse ondas na Barra, mas foi descartado. A água ali está desaconselhada aos banhistas desde setembro. Por isso, foi escolhido o Posto 6 da Barra para ficar de plano B.

Biólogo mostra em fotos que grande quantidade de lixo na Praia da Barra pode prejudicar o campeonatoDivulgação

Em 2015, o Inea realizou 29 medições para controle de balneabilidade. De acordo com os relatórios, além de São Conrado, que não teve avaliação positiva em nenhum teste, a Barra foi considerada apropriada apenas oito vezes. E na última medição, em 27 de abril, foi reprovada.

O biólogo Mário Moscatelli explica que a região da competição é desaconselhada ao banho e à prática de esportes durante quase todo o ano. Segundo ele, os rios que desembocam nas lagoas da Barra e Jacarepaguá carregam muita sujeira, que acaba indo para o mar.

PIOR NA MARÉ BAIXA

“Na maré baixa, a podridão escoa na praia. Dependendo da corrente, toda a porcalhada pode ir em direção a São Conrado ou seguir para a Barra”, disse Moscatelli. A opção escolhida como stand-by, o Posto 6, possui condições melhores do que o local oficial, de acordo com o Inea.

“O trecho do Quebra-Mar ao Pepê não deveria ter sido selecionado. Eu me baseio nas observações diretas e nos monitoramentos governamentais”, afirmou Moscatelli. O organizador do evento, Xandi Fontes, confirmou que a transferência de local foi por causa da poluição. Ele contou que a opção de São Conrado era um pedido dos surfistas porque ali há boas ondas. Mas, devido às condições da água, preferiram não arriscar. Fontes disse que os atletas nunca reclamaram das condições de balneabilidade da região do Pepê. E também alegou que a organização fica limitada às praias onde seja possível receber a estrutura do evento. O ideal é que o local não tenha tantos banhistas e que a competição respeite o meio ambiente. “Nosso sonho é a Prainha, mas ali as provas poderiam causar danos ambientais. São Conrado era perfeita, mas não poderemos. Então a Barra é uma opção”, afirma.

O campeonato reunirá os maiores surfistas do mundo e será divulgado em diversos países. Apesar disso, o organizador do evento garantiu que o Rio passará uma imagem boa da orla. Outras praias que tiveram péssimas avaliações durante o ano foram a da Urca, Botafogo, Flamengo e Pepino. As que não oferecem riscos à saúde do banhistas são Praia Vermelha, Copacabana, Grumari e Prainha.

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