Rio - Familiares de pacientes internados no Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, estão preocupados com o tratamento oferecido na unidade do estado, na Zona Oeste da cidade. Segundo denúncias recebidas por O DIA, nesta segunda-feira, greve iniciada, na última sexta, por funcionários, que estão com o pagamento atrasado desde janeiro, afeta setores de alimentação, limpeza e a farmácia da unidade. Além disso, funcionários estão faltando o trabalho e, inclusive, hospital estaria sem alguns especialistas.
O atendimento piorou no último fim de semana, segundo uma leitora, que preferiu não se identificar, com medo de represálias. Com o pai, de 76 anos, internado na unidade, ela disse que a ele e a outros pacientes não foi servido café da manhã no sábado e no domingo. Ainda segundo ela, o homem só almoçou no domingo depois que sua irmã levar comida de casa para o idoso, já que o almoço também não foi disponibilizado pela unidade, que é administrada pela Organização Social de Saúde Hospital Maternidade Therezinha de Jesus.
Devido a atrasos no pagamento, profissionais de diversos setores faltam ao trabalho e o quadro de médicos foi reduzido, bem como o de técnicos de enfermagem e de enfermeiros. Segundo a leitora, seu pai só teve acesso à medicação que deveria ser ministrada à 0h de domingo duas horas depois. Ela conta que os poucos funcionários que comparecem ao serviço acabam ficando sobrecarregados e que, inclusive, há apenas um faxineiro fazendo a limpeza de todo o hospital. Ainda de acordo com a leitora, o pai dela, que chegou ao hospital, no início do mês, com problemas de locomoção, aguarda desde então pela avaliação de um ortopedista, já que o especialista está em falta no Hospital Albert Schweitzer. Sobre a estrutura, também houve reclamação. Dos quatro elevadores, somente um funcionou no fim de semana.
Procurada pela reportagem, a direção do Hospital Estadual Albert Schweitzer negou, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES), que as refeições não tenham sido servidas aos pacientes no sábado e no domingo, no entanto, admitiu que o pagamento dos funcionários está atrasado. Em nota, a secretaria disse que todas as Organizações Sociais que prestam serviços ao estado, entre elas o Hospital Maternidade Therezinha de Jesus, foram pagas na última sexta-feira, 5º dia útil, e que o salário dos funcionários deve estar disponível nos próximos dias.
A secretaria também negou a falta de médicos no Albert Schweitzer, no fim de semana, "tendo a unidade atuado com a equipe médica completa". Entretanto, assumiu que técnicos de enfermagem e enfermeiros faltaram o serviço. Contudo, "não houve prejuízo nos atendimentos, com funcionários sendo remanejados internamente para melhor suprir a demanda de assistências", informou por meio de nota.
Sobre os serviços de limpeza, a Secretaria de Estado de Saúde disse que eles "ocorrem dentro da normalidade, não procedendo a informação de que apenas um faxineiro estaria responsável pela limpeza de todo o hospital". A secretaria confirmou os problemas com os elevadores, mas contestou os números. De acordo com a SES, dos quatro, dois estão funcionando". Ainda por meio de nota, a secretaria informou que uma equipe de manutenção atua para solucionar o problema".