Rio - O gerente e ex-gari Joaquim Virgílio pertence à quarta geração de sua família que, nas últimas quatro décadas, trabalhou na Comlurb. “Meu avô e meu pai foram funcionários e minhas filhas também. Tudo o que tenho agradeço à Comlurb”, disse. Nesta sexta-feira a maior empresa de limpeza urbana da América Latina festejou os 40 anos de serviços à população carioca. Para celebrar a data, foram produzidos um livro e um documentário relembrando a trajetória da limpeza pública no Rio de Janeiro.
O desafio de manter a Cidade Maravilhosa limpa vem de muito tempo, antes mesmo da criação da Comlurb, em 1975. “Antigamente, o lixo era levada em carroças. Às vezes, os burros empacavam em frente à linha do trem. Tinha que voltar e trocar os animais”, recorda Joaquim Virgílio.
Anos depois, as carroças foram aposentadas. Os caminhões foram para as ruas, mas o serviço continuou árduo. “Os garis carregavam cestos de 200 litros na cabeça dos morros do Pinto e da Providência até a Rua da Gamboa onde o lixo era jogado no caminhão. Agora, o gari nem suja a roupa”, diz o técnico Celso Cardoso.
No documentário, a empresa traça uma linha do tempo com fatos que marcaram as evoluções tecnológicas e de gestão da companhia. Do empresário Aleixo Gary — que em 1876 iniciou a profissionalização da prestação de serviços de limpeza na cidade e deu ao lixeiro o nome de gari — aos dias atuais com a implantação de programas como o Lixo Zero. “Antes, a gente varria e as pessoas jogavam lixo no chão. O gari tinha que voltar e catar. Hoje se o morador jogar papel no chão é multado. Está certo”, diz o ex-gari Derval Veiga