Rio - Um caminhoneiro flagrou, com celular, o momento em que um policial militar pede R$ 200 para não recolher o caminhão com problemas na documentação. O vídeo, postado em redes sociais e enviado ao WhatsApp do DIA (98762-8248) nesta segunda-feira, mostra o soldado Tavares e outro PM, A.Santos, que acompanhava a abordagem, domingo passado, no Arco Metropolitano, foram presos por determinação do comandante do Batalhão de Polícia Rodoviária, tenente-coronel Andre Luiz Belloni.
“Aí, ô Polícia Militar do Rio de Janeiro. Duzentos contos, eles querem para liberar eu (SIC). Estão lá, os covardes, catando dinheiro do outro”, narra o caminhoneiro em referência a mais um caminhão parado. “Na boca das minhas criança (SIC) vai fazer falta (o dinheiro). Ô vida desgraçada Mas tem mais Deus para dar, que o diabo para tirar”, lamenta o profissional extorquido, que argumentou ter perdido os documentos, mas ter o registro de ocorrência que comprovava a perda.
Antes de liberar o motorista do caminhão, o soldado Tavares ainda adverte: “Você ter que torcer para ir bem nessa viagem até o final, rapaz. Se você for abordado em outro estado, ninguém vai aceitar que você perdeu o documento. Vai dar problema”, reforça o PM que responderá a inquérito administrativo e poderá ser processado na Justiça por corrupção ativa.
Em nota, a PM informou que um Inquérito Policial Militar foi instaurado, o que poderá resultar na
expulsão dos acusados. “Quem tiver força de vontade, para conseguir ferrar isso aí e ponhá (SIC) na internet”, grava no vídeo o caminhoneiro enquanto vai embora.
O motorista transportava frutas do Rio Grande do Sul para o Espírito Santo. "Mostrei o boletim de ocorrência que provava que eu perdi os documentos, mas eles disseram que levariam meu caminhão e, como a carga é perecível, ia estragar tudo. Fiquei sem saída", contou o caminhoneiro que pediu anonimato com medo de represálias.
Segundo a PM, a data de gravação do vídeo está sendo averiguada pela perícia da corregedoria da corporação para fundamentar a acusação, pois a viatura 500419 do BPRV tem rastreador e, isso, pode comprovar a extorsão no inquérito, além do vídeo divulgado.