Por tiago.frederico

Rio - A Divisão de Homicídios da Capital (DH) segue investigando as mortes de Gilson da Silva dos Santos, de 12 anos, e Wanderson Jesus Martins, de 23 anos. Segundo o delegado titular da especializada, Rivaldo Barbosa, já foi realizada uma perícia no local onde o adolescente e o pescador foram mortos e no helicóptero utilizado na operação da Polícia Civil. Nesta quinta-feira, parentes de familiares das vítimas prestam depoimento na delegacia.

Em depoimento nesta quarta-feira, um policial civil disse ter visto Gilson e Wanderson armados e atirou neles para se defender. Duas pistolas que foram encontradas próximo aos corpos de Wanderson e Gilson, assim como as armas utilizadas pelos policiais que estavam no local, foram apreendidas para perícia. Ainda segundo o delegado, caso haja necessidade, será solicitada uma reprodução simulada dos fatos.

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Gilson da Silva dos Santos%2C 12%2C e Wanderson Jesus Martins%2C 23%2C foram mortos em operação da Polícia Civil no Morro do Dendê%2C na Ilha do GovernadorReprodução / Facebook / Paulo Araújo / Agência O DIA

Em entrevista ao DIA nesta quarta-feira, parentes de Wanderson Martins voltaram a acusar os policiais pela morte do pescador e do adolescente. Os corpos das vítimas foram enterrados ainda ontem no Cemitério do Cacuia, na Ilha do Governador.

"Minha mãe está melhor agora, já chorou, se conformou, a ficha caiu. A namorada dele está em estado de choque. O filho do Wanderson, de 4 anos, já sabe que o pai morreu. Ele está com um vizinho nosso", disse um parente do pescador antes do enterro. O parente contou a sua versão de como foram mortos o adolescente e o homem.

"Eles eram amigos e estavam nessa padaria que funciona no quintal de uma casa. O Wanderson saiu para comprar pão para o filho ir para a escola. Quando o helicóptero da polícia começou a atirar, eles se esconderam dentro de um banheiro na padaria, com medo. Os policiais, que estavam a pé, mandaram eles saírem da padaria. Assim que o Wanderson saiu, os policiais atiraram contra ele. Eles deram um tiro primeiro na perna e depois na barriga", relatou.

De acordo com o parente da vítima, Gilson, que estava no chão do banheiro, viu o Wanderson ser morto pelos policiais. "Eles deram três tiros para dentro do banheiro. Um pegou na cabeça, outro atingiu o peito e o terceiro foi no braço da criança", disse. Ainda segundo o familiar, após atirarem nos dois, os policiais espalharam próximo aos corpos drogas que estavam em uma mochila que havia sido apreendida com traficantes.

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