Por adriano.araujo

Rio - A discussão sobre a maioridade penal também tomou conta das redes sociais após a morte do médico Jaime Gold, esfaqueado durante um assalto na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul. Um menor apreendido nesta quinta-feira é suspeito de cometer o crime. O cantor Chico Buarque se posicionou e uma foto sua apoiando uma campanha que é contra a redução da maioridade foi postada no Facebook.

Chico Buarque com a camiseta de campanha contra a redução da maioridade penalDivulgação

"Chico Buarque chegou junto contra a redução! Por que amanhã há de ser outro dia!", dizia a postagem na página 'Amanhecer Contra a redução', acompanhada da hashtag #?AfastaDeMimEssaRedução, que fazia um trocadilho com a música 'Cálice', de Chico. 

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Caso reacende debate sobre maioridade

A morte de Gold acontece no momento em que se discute a a redução da maioridade penal. “É preciso maior investimento na juventude, em Educação, artes e esporte, e não tirar dois anos desses adolescentes”, defende Eduardo Alves, diretor da ONG Observatório de Favelas. Já o deputado federal Jair Bolsonaro (PP) acredita que a redução da maioridade fará menores infratores não cometerem delitos, com medo da punição.

“Aquele que estupra, mata ou faz maldade se souber que pode cumprir alguns anos de cadeia vai pensar duas vezes antes de fazer”, diz o deputado. O posicionamento de Bolsonaro é o oposto ao da Anistia Internacional, segundo Renata Neder, assessora de Direitos Humanos da organização. “Os jovens estariam em convívio com adultos reincidentes. O estado não garantiria a segurança deles, como prega o Estatuto da Criança e do Adolescente”.

Para Eliana Sousa Silva, diretora da Redes da Maré, “o que precisamos é construir leis e medidas para que os adolescentes não cometessem os crimes.”

Um código para as ações

No início da noite, em reunião no Ministério Público Estadual (MP), foi decidida a criação de uma comissão com representantes da PM, Polícia Civil e MP para criar um código de conduta para a ação do policial militar, que não fira o Estatuto da Criança e do Adolescente, mas também não limite a ação do agente.

Foi definido, também, que será necessária uma ação mais efetiva da prefeitura, através da Secretaria de Assistência Social.

O presidente do Tribunal de Justiça, Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, disse ontem que “a sociedade não pode ficar refém de uma situação tão trágica”, se referindo aos crimes praticados por menores infratores. Ele propõe a revisão do Estatuto da Criança e do Adolescente.

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