Por karilayn.areias

Rio - Um vazamento de gás no aquecedor do banheiro do alemão Markus Muller, de 51 anos, também pode ter causado a explosão de seu apartamento, no Edifício Canoas, em São Conrado, Zona Sul, na última segunda-feira. A princípio, só havia vazamento na cozinha, local mais afetado.
A assessoria de imprensa da CEG (Companhia Estadual de Gás) informou ontem que só um laudo da perícia pode determinar as causas do acidente. Também confirmou que Markus havia entrado em contato com a empresa no último dia 11, pedindo para que seu fornecimento de gás não fosse cortado por falta de pagamento. Ele alegou que atrasou o vencimento da conta por alguns dias por estar viajando.

O vazamento que destruiu a cozinha do apartamento também foi detectado no aquecedor do banheiroCarlos Moraes / Agência O Dia

Internado no Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Pedro II, em Santa Cruz, Markus continua em estado grave, segundo informou a Secretaria Municipal de Saúde. Ele está em coma, com o corpo enfaixado, e respira com ajuda de aparelhos. Com queimaduras em 50% do corpo, o alemão teve diversos cortes superficiais de facadas ou estilhaços de vidro. A polícia investiga se as manchas de sangue nas paredes das escadas do prédio são de socorristas ou de algum bandido que tenha invadido o apartamento de Markus e provocado a tragédia.

A Polícia Civil trabalha com três hipóteses: acidente, assalto e tentativa de suicídio.Amigos continuam sem acreditar na hipótese de que o alemão tenha tentado suicidar dentro do apartamento. O guia turístico Carlos Santana de Souza, considerado o melhor amigo de Markus, afirmou que ele sofreu agressões antes da explosão do apartamento. “Ele só pode ter sido agredido. Não havia motivos para tentar se matar. Estava feliz na cidade. Amava a vida”.
Ainda segundo ele, Markus também nunca demonstrou ser homossexual. “Estão começando a cogitar se ele tinha envolvimento com menores. Já vi ele namorando com mulher, era machão. Nunca vi nenhum sinal de homossexualismo”, contou.

Imagens

Agentes da 15ª DP (Gávea) aguardam as imagens de câmeras de segurança do prédio dos cinco dias anteriores ao acidente para saber a rotina do alemão. Policiais já sabem que na noite anterior à explosão, Markus entrou sozinho no apartamento e não saiu mais. Investigam ainda se Markus tem seguro de vida e se alguém movimentou sua conta bancária nos últimos dias. Hoje, às 10h, moradores do edifício vão participar de uma missa em ação de graças.

Edmar Rodrigues, padrasto de Felipe Barbosa, 14 anos, que era apadrinhado pelo alemão para jogar na Escolinha do Barcelona, na Barra, explicou que o menino repete o nome de Markus várias vezes. “Ele adora o Markus e chora o tempo todo. Continua arrasado e quer vê-lo no hospital. Foi uma tragédia. O Felipe saiu com a avó para se distrair um pouco e esquecer o que aconteceu”, comentou.

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