Por nicolas.satriano

Rio - Uma ‘fritura’ comandada pelo PMDB e por partidos da base aliada põe em xeque o futuro de Felipe Peixoto, do PDT, como secretário de Saúde do estado do Rio. Na semana que vem, ele irá à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) para dar explicações sobre a atual crise da pasta.

Além das dívidas com fornecedores que comprometem o funcionamento de diversas unidades, os deputados se queixam de não estarem sendo recebidos pelo secretário. Na última terça-feira, a Casa aprovou moção de repúdio a Peixoto, a primeira da atual legislatura. Ele é apadrinhado do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB).

Na terça-feira passada%2C a Alerj aprovou moção de repúdio contra o secretário Felipe Peixoto%2C do PDT Daniel Castelo Branco / Agência O Dia

O Informe do DIA revelou que o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), comandou a votação da moção de repúdio aos atos de Peixoto a toque de caixa, pegando de surpresa alguns parlamentares. A avaliação é de que, se quisesse, o chefe do PMDB fluminense poderia ter impedido a votação da moção de repúdio proposta pelo deputado Rogério Lisboa (PR). Deputados reclamam que estão tentam falar com Felipe Peixoto, mas que ele não está recebendo políticos em seu gabinete.

A audiência pública da qual participará Peixoto terá como foco as explicações sobre o fechamento da Maternidade Nossa Senhora da Glória, em Belford Roxo. Ontem, a secretaria enviou à Comissão de Saúde da Casa dados referentes às dívidas que a pasta possui com fornecedores e que estão atrapalhando o funcionamento das unidades.

No começo do mês, O DIA publicou que os valores devidos pela Secretaria de Saúde estariam na ordem de R$ 700 milhões, fato que implicou no cancelamento da quimioterapia no Instituto Oncológico de Nova Iguaçu. “O momento é de crise, e dá para ver que o secretário está trabalhando. Mas é preciso ficar claro o quanto a pasta deve, para quem deve, quais são os contratantes. O problema é que quando os hospitais não fecham, vão diminuindo os materiais, os serviços e os atendimentos”, comentou o presidente da Comissão de Saúde da Alerj, Jair Bittencourt (PR).

O deputado não defendeu a saída de Felipe Peixoto do cargo. “O secretário sempre foi muito solícito à Comissão, nas duas vezes que esteve conosco para debater planos de cargos e salários, por exemplo”, declarou Jair Bittencourt.

Criticado pelo deputado Átila Nunes (PSL) por ser novo demais para o cargo, durante a sessão que aprovou a moção de repúdio, Felipe Peixoto faz parte do grupo dos secretários mais ligados ao governador Pezão. Antes das eleições, havia um acordo para que ele fosse candidato a vice-governador pelo PDT, quebrado pelo lançamento da candidatura de Carlos Lupi ao Senado. Depois, Pezão se comprometeu a dar uma secretaria de peso para Peixoto, desagradando o ex-governador Sérgio Cabral


Você pode gostar